Tratava-se de mostrar a nossa singularidade, como se existisse algum recôndito planetário que não pudesse exibir características próprias, bem determinadas pelo clima, pela História ou pela burrice dos seus habitantes.
Agora, ampliando a senha ou a ordem, o que se queria conseguir é que Portugal fosse diferente dele mesmo, isto na visão de alguém a quem o Tribunal Constitucional não lhe deu razão.
Como pode ser igual, ter nascido numa zona de abundância de água ou numa zona árida?
O rendimento "per capita" é uma nacionalidade e dentro do estado há notáveis diferenças que, por fortuna ou desgraça, só são notadas pelos habitantes.
Somos um país de distâncias íntimas e com um bom carro, desses que já têm em quase todo o mundo, podemos atravessar o território nacional de Norte a Sul, numa só jornada, parando para tomar o pequeno almoço, o almoço, o lanche e até o jantar.
Em pouco tempo podemos atravessar regiões onde se vive duplamente melhor que noutras.
Ou dito de outro modo: há regiões ou zonas, onde se vive duplamente pior.
Num local tão pequeno, não se entendem estas assimetrias, mas mesmo que defenda a igualdade, os governantes nem sempre concordam comigo.
Esta igualdade já se limita aos direitos fundamentais.
Em tudo o mais, não existe.
A sentença é que a doutrina que nos tem regido pode fixar "direitos subjectivos".
- És Português?
- Depende de onde, mas já me acostumei a sê-lo.
1 comentário:
Costumo fazer muitas vezes a viagem Porto-Lisboa, e quer seja de comboio ou de autocarro. Atravesso várias paisagens, rurais e urbanas, e chega-se à conclusão que Portugal é uma manta de retalhos muito mal alinhavada...E se a viagem for até ao interior, os contrastes são ainda mais gritantes...
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