sábado, 14 de julho de 2007

- Se o bem-estar material fosse uma chave para a felicidade, Adão e Eva nunca poderiam ter sido tentados pelo fruto proibido !

MIL ROMENAS POR SEMÁFORO

































Como ontem era domingo, o habitual exército de romenas sem papeis, ilegais, mas com todas as jóias de prata, distribuidas ao livre arbítrio por entre as gengivas das bocas de pedir, que todos os dias fazem guarda pretoriana em locais estratégicos e semáforos vários que me conduzem a casa, esfumaram-se.
Nota-se que aproveitaram o dia livre, para sair a navegar, praticar top-less, no mais distinto clube náutico de regatas ou deglutir uma mariscada especial, aproveitando as jóias de prata que levam colocadas, não acreditando numa coisa ou noutra, ou mesmo noutra do além.
Para o caso é que se piraram as ilegais ou sem papeis do exército de romenas, de todas as idades e condição física, as grávidas e velhas, as descalças, alguma esquelética e alguma com muito má imagem e deixaram-nos os semáforos em paz por algumas horas.
Temos poupado assim um rosário de mãos estendidas, outro de pequenos batimentos nos vidros, uma insistência maratonista em sacar alguns euros e essa sensação pegajosa que te provoca, saber que poderiam estar num cruzeiro, pela Sicília ou Sardenha, ou vivendo dignamente nas suas terras e não andarem por aí, correndo o risco de uma insolação ou um atropelamento e com a dentadura de prata fervendo.
Que se lixem!
Como já são tantas e já é tanto o tempo que fizeram dos semáforos o seu doce lar e o seu local de trabalho, tanto mais que há que reconhecer, que as pobres têm a graça e a simpatia, (que a todos cativam), onde o vento as fustiga e o calor as cresta, o caso é que não vejo o próximo soltar um cêntimo, um chavo ou um cheque ao portador.
Assim é, que, as do exército romeno de romenas, quando as vês ás primeiras horas, têm cara de impacientes, mas quando as encontras no regresso, estão, que deitam fogo pela boca e raiva pelos olhos, fúria pelos gestos com que te chamam a atenção e gesticulam e, o rosto, em geral, de poucos amigos. E tu dizes para contigo:

- O que é que têm estes semáforos que não têm os outros?

E aguentas o temporal de calor e olhares assassinos, porque o melhor é que fosses tu ou eu, os que estamos ali cravados todo o dia, debaixo do sol, com as jóias de prata a trinta graus, entre poucos clientes que ainda estão sãos, todavia teriamos mais maus modos, menos paciência e piores intenções.

Hoje estarão aí de novo, cada uma com a foto de um rapazinho pequeno que têm de alimentar, que por certo é o mesmo rapazinho em todas as fotos!

Outro mistério.

sábado, 7 de julho de 2007

- Marte, Deus da guerra, gostaria de deixar claro que está apenas a fazer o seu trabalho !

INCÊNDIOS


O INFERNO DANTESCO





















































Os técnicos explicam que a chave da redução da superfície afectada pelos incêndios, está na rapidez de resposta dos serviços de extinção, já que segundo informação dos ditos técnicos, uma infinitésima parte deles, produz uma devastação perto dos 50 % ou mais, da totalidade de fogos e consequentemente de área ardida, porque o que é verdadeiramente importante, é limitar a extensão de cada sinistro, atacando-o antes que se agigante e se descontrole.

Todos os intervenientes lograram grandes avanços neste sentido o que permite um trabalho focalizado muito mais profissional e efectivo deste problema.

Mantém-se no entanto quase intacto o outro factor determinante dos incêndios florestais: a origem intencional e criminosa, de muitos deles.

Por termos a tentação de esquecer essa saga incendiária, o simples relato do que sucede um pouco de Norte a Sul, serve de dramática recordação: é que os incêndios sucedem-se consecutiva e simultaneamente.

Esta simultaneidade suspeitosa, permite “intuir a clara intencionalidade” dos sinistros, devido a “uma actividade criminosa desaforada”.

Isto demonstra que fica um longo caminho para percorrer na árdua tarefa de extirpar as causas do ímpeto incendiário, que nalguns casos, pode ficar a dever-se a razões do foro mental, mas noutros, obedece a interesses económicos: a eliminação de massas florestais para facilitar a urbanização dos terrenos.

É certo que se conseguiram substanciais avanços no controlo ou, (para eliminar o galicismo), fiscalização, do que é a principal ameaça do meio ambiente, mas de maneira nenhuma se podem abrandar as campanhas de vigilância, nem adoptar atitudes triunfalistas.

Há muito a fazer, tanto no terreno puramente técnico, quanto policial, legislativo e judicial.

E entretanto, todos temos a obrigação de apoiar socialmente os esforços que se façam nas diversas vertentes deste flagelo e grave problema.

SENHORES GOVERNANTES !

Algumas vez pensaram proibir, mas sem excepções para afiliados e afilhados, a construção e urbanização em áreas ardidas, durante um longo período, por exemplo 50 ANOS !

Talvez os pirómanos na sua grande maioria, deixassem de comprar fósforos.

quinta-feira, 5 de julho de 2007

- A conversa sobre ética nos negócios não é enganadora mas sim engraçada !

ROTAS ou CAMINHOS ÍMPIOS




Em vez de declarar guerra à fome, a Europa declarou-a aos esfomeados.

Enquanto a ONU debate a maneira de parar o fogo no Médio Oriente, no Darfur e noutros locais incendiados ..., aqui, que temos o mar mais próximo, o que debatemos é a maneira de colocar barreiras.

Os planos contra a imigração ilegal estão a dar em nada.

Em princípio pensou-se em patrulhar as costas, conjuntamente com os espanhóis, ou utilizar helicópteros ou algum avião, para travar a saída dos botes ou bateiras, com rumo ás Canárias, costa espanhola e portuguesa, (esta pouco), mas a contribuição voluntária comunitária encolheu muito: reduz-se a dois barcos e um avião.

As bateiras ou botes são uma autêntica armada invencível.

Não é que a sua tripulação esteja dotada dum grande espirito bélico e queiram fazer a guerra: o único que querem é fazer a digestão de algumas vitualhas.

Por outro lado, não vêm armados até aos dentes, senão desejosos de dar-lhes a sua função natural.

Quem pára os estômagos mauritanos, senegaleses e doutros confins insondáveis?

Como disse Saramago, nada os detém ainda que ponham labaredas ou arame farpado no mar.

Só ás Canárias, chegam cerca de 15.000 ilegais, que passaram a ser denominadas de Transbordadas, em vez de Afortunadas.

Os centros de acolhimento estão a abarrotar.

A comunidade espanhola, recebe o dobro da sua capacidade, que é muita, quase tanta como o seu caudal de piedade, bondade e compaixão.

A única solução possível, que não será imediata, é tirar-lhes a vontade de viajar, mas isso só é possível se antes lhe tirarem a fome.

Os grandes problemas descobrem-nos os pequenos governantes, que só têm soluções para os problemas que não existem.

Para se resolver este, é necessário Deus e ajuda, mas uma ajuda menos miserável que a oferecida pela Europa, principalmente à Espanha e Itália.

Neste momento há 15.000 africanos em fila para agarrar uma passagem de bote ou bateira, de frente para as indiferentes ondas das praias de Nuadibú, (capital económica da Mauritânia, junto ao Sahara Ocidental.

Mal embarcam, afiam logo as suas colheres!


terça-feira, 3 de julho de 2007

- Enquanto os cegos tudo fazem para ver a luz, os tolos tudo farão para evitar o esclarecimento !

Sobre o ALZHEIMER



Como o preserverante movimento das ondas que sem trégua se aproximam uma e outra vez da areia da praia, cada vez são mais numerosas as pessoas que alcançam idades provectas.

Situação propícia para que uma mais que notável proporção poder desenvolver algum tipo de demência, entre eles a doença de Alzheimer.

Maré humana que segundo dados recentes (?), (quem fez o levantamento?), duplicará em poucos anos o actual número de atingidos pela enfermidade.

Problema que alvoreia no horizonte da extraordinária magnitude sanitária e social, dada a peremptória necessidade de dispor de cuidadores que atendam as necessidades que requerem os afectados.

Padecimento que incide sobre a linha de flutuação da estrutura familiar, obrigada a rever as obrigações para dedicar por inteiro a sua atenção.

Panorama difícil de aceitar perante pessoas tidas por exemplares ou simplesmente normais, à vista do grau de decrepitude que alcançam.

Relaxamento paulativo do seu asseio pessoal, incapacidade de valer-se nas tarefas mais elementares, repetições constantes, irritabilidade, hostilidade, esquecidos de factos recentes, por contra recordações nitidas de verdadeiras batalhas em octogenários e nonagenários da(s) grandes guerras e assim sem solução de continuidade num largo memorial de agravos, motivo de tensões, angústia e depressão no seu ambiente familiar, impotente ante a hecatombe mental que contempla e que detiora a convivência quotidiana nos lares tidos por exemplares.

Para fazer frente a esta epidemia anunciada começaram a dar-se os primeiros passos com a criação de Comunidades, não estatais, que o dinheiro não chega para tudo e o melhor é ignorar a doença.
Estes grupos ou fundações comunitários que se dedicam a coordenar todos os aspectos do problema de forma integral mas sem apoios para a investigação.

Este processo arrasta-se, fez o ano passado 100 anos, em que se comemorou a primeira descrição de uma doente afectada por este mal, a famosa, Auguste D.

Demência que não se encontra maneira de parar, nem ante as almas mais exaltadas.

Num magnífico opúsculo, Os últimos dias de Emmanuel Kant, Thomas de Quincey, recreia a paulativa decadência em que se vê submetido o extraordinário filósofo, uma das mentes mais prodigiosas da humanidade.
Declínio que começou com a repetição continua de anedotas nas suas tertúlias.
Para recordá-las e obter a sua indulgência resolveu anotá-las em papeis e cartões, que no entanto extraviava.
Contudo conservava uma explêndida memória para recitar passagens completas da Eneida, aprendidas na adolescência.

É um paradigma como a alteração e a meticulosidade foi difícil reconhecer num rasgo comum, nestes doentes, como é o de qualquer alteração, incluso com a intenção de melhorar as suas condições de vida que resultam desagradáveis e lhes causam um notável desassossego.

Seja com uma simples mudança de local de objectos irrelevantes, umas cadeiras, a caixa dos óculos, o comando da televisão, ou até a caderneta da CGD.

O autor da Crítica da Razão Pura, sóbrio e frugal nos seus costumes, que pregava com o seu exemplo na sua rotina quotidiana até aos detalhes mais insignificantes para não perturbar o funcionamento do seu organismo, aproximou-se num momento de efervescência intelectual ao estudo da insanidade no seu Ensaio sobre as Enfermidades da Cabeça.

Preocupação que agradou aos ilustrados da época, pela possibilidade que os brindava sobre o modo de teorizar sobre as relações corpo e mente, assunto nuclear da metafísica.
Relações entre a mera actividade fisiológica do organismo e as potencialidades do espirito que suspeitava, de acordo com os seus próprios padecimentos, radicavam das alterações digestivas, que tanto o afectaram ao longo da vida e que lhe condicionavam os estados de ânimo.

Linha de pensamento em consonância com o uso de irrigações ou clisteres, como um dos recursos terapêuticos do momento.

Hoje, sistematizadas as enfermidades mentais com um corpus bem definido, os avanços do tratamento das demências está praticamente ao mesmo nível de há 100 anos, portanto muito longe dos objectivos desejados.

Para os afectados pelas suas consequências colaterais cabe recomendar virtudes de profunda firmeza e estabilidade ética, apregoadas pelo ilustre sabio prussiano, (Alexander Von Humboldt), como a força física e a moderação.
- Os carneiros inteligentes escolhem lobos como guardiões, porque ficaram a saber que os cachorros, haviam assimilado o hábito humano de comer demais !

À velocidade máxima, BUGATTI VEYRON 16.4

segunda-feira, 2 de julho de 2007

- Nos consumidores típicos, a fome por produtos é inversamente proporcional ao seu valor !

GUERRA ÁS OFICINAS DE REPARAÇÃO DE AUTOMÓVEIS




BUGATTI VEYRON 16.4

BUGATTI VEYRON 16.4





























Tiritando, sais da oficina de automóveis, tiritando do bolso depenado, alma, coração e vida.

Sais da oficina de reparação de automóveis com o frio metido no corpo do susto, com cara de abestalhado, ainda mais, posta com o cartão de crédito feito num nojo, um mar de lágrimas em duelos e condolências.

Sais da oficina de automóveis e não te penduras na 1ª corda que vês à mão de semear, porque Alá é grande.

Levas o automóvel à oficina. Até aí será tudo muito lógico, como se o já soubéssemos.

E levar o carro à oficina, não porque os travões estão frouxos e gastos e por pouco iam-te causando um desgosto, caindo por uma ribanceira.
Não, não é nada disto.
Levas o automóvel à oficina para fazer-lhe uma revisão de rotina, a típica rotina, que se faz ao automóvel, ou deve fazer, no Verão, aproveitando que é o pior momento do ano para fazê-la e te faz ferver de calor; e se te esqueces dum ano para o outro da típica revisão do carrito, que se faz na oficina de reparação de automóveis, custa-te mais que pagares um mês a bordo do iate Valentino, (o tal, com 60 metros de comprimento), que é um senhor ordinário, verdadeiramente ordinário, mas “revestido”.

Chegas à oficina. O calor abrasador dum incêndio.

Passam os minutos penosamente e ninguém te liga um corno.

Paciência.

Vês uma bela espécie feminina que passa por ti no horizonte do teu olhar e vais atrás ... vais atrás, tentando que a estupenda encarregada da oficina de reparação de automóveis, que até é uma oficina moderna e está moderna que é uma barbaridade, começando pelos preços que são moderníssimos.

Dizes-lhe que vens à revisão rotineira de Verão e atende-te muito bem e amavelmente, isso sim, comunicando-te que o carro ficará pronto num abrir e fechar de olhos.

- Sim, dizes tu.

Vais para a porcaria da tua casa, suado de tal maneira que o ordinário Valentino nem de brincadeira te deixaria embarcar na sua nau e entretanto recebes uma chamada da bela espécie feminina.

- Estou? Faz favor de dizer.

E ela diz-te que os travões, não sei quê, a culatra do não sei onde ou donde, está não sei como e há uma montanha de correias que algo se passa com elas.

PORRA! Dizes tu a ti mesmo, mas não à bela espécie humana, a essa dizes, OK!

Voltas à oficina de reparação de automóveis anterior e quando te dão a factura provisória, ficas com tonturas e perguntas:

- Por acaso não terá sido feita a revisão ao meu carro pelo Dr. Grissom* da C.S.I. (Las Vegas)?

E desmaias.

*Série muito popular nos EUA, C.S.I. - Crime Sob Investigação





domingo, 1 de julho de 2007

- Falar verdade é uma maneira certa de distorcê-la !

CHILL OUT



























O chill out é outra das maiores sofisticações dos últimos verões, sem dúvida nenhuma, que já não são mais, os bares, as esplanadas e discotecas, consagrados a esta moda da música suave, com olhares lânguidos para os copos e copas, as espreguiçadeiras e as cadeiras de baloiço, com o pessoal em pose aquietada e com um look transcendente.

Agora também e como é natural, o chill out hoteleiro, tem as suas variantes e especialidades, que para este negócio, adaptam-se sempre com celeridade à procura.

Vejam por exemplo, que não é o mesmo um chill out, com uma cachimbada narguillá, (cachimbo árabe de água, com fumo de sabores variados como menta ou eucalipto), ou uma menta para um surfista, em Cascais ou no Guincho, que outro, com um jardim tropical e piano-bar com famosos, naqueles locais quentes do ALLgarve!

E tão pouco é exactamente o mesmo, um café à beira mar, no Estoril, com milhares de ansiosos contempladores do impontual raio verde, ... (fenómeno óptico, que se pode ver em certas ocasiões, quando o sol desaparece no horizonte. O fenómeno é autêntico e muito raro e só em condições muito peculiares de refracção, quando a superfície é plana e calma, por exemplo no mar, quando o sol está a desaparecer no horizonte. Os raios muito refractados, são emitidos e o olho humano só consegue captar o amarelo e o verde. Diz a lenda ou tradição, que duas pessoas que consigam ver o fenómeno ao mesmo tempo, se enamoram. Também foi descrito por Júlio Verne), ... como os pasteis de nata ou um gelado de champanhe, para as famílias com sogra, filhos e um cão ou um gato.

Tanto mais que convém saber que a música chill out tem as suas variantes mais ou menos lentas e mais ou menos espirituais, que até para isto, há gente para tudo.

Por exemplo, a metálica é um chill out para agitados farristas que querem estar na moda imperante, sem renunciar a um certo ritmo dançarino.

Por troca o smooth, é uma variante, certamente repousada, com o qual se pode ligar intensamente até com retórica verbal e escutável.

Logo fica mais claro, essa outra música chill out de pretensões astrais e metafísicas, cujos efervescentes seguidores são os típicos emplastros ou chatos, que olham as estrelas para relacionar a percussão dum tambor índio, com o sétimo céu de Marte.

Pelo contrário, o meu chill out nocturno, solitário, silencioso e supostamente sem mais aditamentos que um copo de whisky de malte, simples como eu, ou ainda mais simples, uma cerveja bem fresquinha, em copo bem seco.