O que originou este pedido, foi a morte de um menor, parece-me que antifascista, ocasionada por um "maior", parece-me que neonazi.
A manifestação proibida excedia a desaventurada ocorrência e queria converter-se numa apoteose da xenofobia e do racismo, ambas envoltas no muito nobre propósito de aumentar a segurança citadina.
Falava-se dos estrangeiros, dum modo geral, como "essa escória vinda de terras longínquas".
É de se supor que não se aludia aos turistas ricos que chegam armados com máquinas fotográficas, mas sim a certas áreas, não necessariamente kosovares, que disparam outros artefactos.
Em qualquer caso, os "slogans" englobam muita gente.
Conta, Alvin Toffler (*) uma experiência realizada com pintos recém-nascidos, por cientistas de bata branca:
Escolhe-se um à sorte, que ande a pedi-las, como todos os seus irmãos de raça e pinta-se de verde.
Os seus irmãos de ninhada são unanimemente amarelos e não se sabe como se põem de acordo, mas todos debicam até matar o intruso.
O repúdio da colectividade pelo distinto talvez não se deva extrapolar, já que não somos pássaros, mas entre os humanos também há aves de mau agoiro.
Não é o menor dos problemas que se põe aos espanhóis, que irão ter eleições onde irão falar dos imigrantes e da sua, ou não, integração.
São mais de três milhões e meio com residência autorizada e cinco milhões domiciliados.
Uns perguntam se foram demasiado abertas as portas e outros perguntam por que há portas.
Só não entendo por que é que lhes chamam escória.
Alguns servem o exército espanhol, talvez não sabendo ou não cantando o hino.
Talvez não gostem da letra!
(*)
Alvin Toffler, (03/Outubro1928), escritor americano, futurista, abarcando temos de diversa índole, mas actuais.
Vive en Los Angeles, com a mulher, Heidi Toffler, que também é escritora.
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