sábado, 12 de janeiro de 2008

HÁ BEIRA DA REFORMA !!!



IRS sobe para os reformados!!!




Se está a debater a idade ideal para retirar-se do trabalho, já sabe que naturalmente só estão de acordo os que nunca trabalharam.

Parece claro que essa idade não deve ser a mesma para um investigador ou para um centrocampista, ainda que o seu campo de investigação seja mais amplo que o de um estádio.

A tendência actual parece que aspira a aproximar a idade média da reforma, que já foi mais baixa, aos 65 anos, que é a legal, entendendo por legalidade a da obrigatoriedade.

Parece-me, uma época de gloriosa madureza, na qual não se pode estar cansado se não se é cansado.

Em Portugal, há muita gente madura que não está podre e que não padece de nenhuma enfermidade, mais que essa, de índole psiquiátrica, que consiste em estarem loucos por irem-se do trabalho.

Qual é a idade ideal para ausentar-se do trabalho?

Depende das ideias que tenham.

Eu que já levo alguns anitos por cá, refiro-me ao mundo, (não só ao mundo laboral), conheci atitudes muito díspares a respeito da reforma.

Vi pessoas que choraram quando lhes chegou essa hora de a considerarem "inservivel", suficientemente exprimida ou expressa.

Outros davam saltos de júbilo, na medida das suas possibilidades ginásticas, que não eram excessivas.

Talvez dependa disso o que Juan Ramón, (*), chamou "o trabalho saboroso", que é o trabalho que não custa realizar, ainda que seja também, o de se poder falar muito e rápido ou inclusive sentado.

Se alguém não é parvo de todo, fazer o que se gosta não exclui a insatisfação sobre os resultados.

Nunca nos poremos de acordo sobre a idade ideal para abandonar o trabalho e ganhar o "dobro" do que se ganhava na véspera.

Há pessoas para quem essa data coincide exactamente com o dia em que conheceram o chefe de pessoal da sua empresa.

(*)
Juan Ramón Jiménez Mantecón (Nasceu em Moguer, Huelva, a 23 de Dezembro de 1881, tendo morrido em San Juan, Porto Rico, a 29 de Maio de 1958), foi um poeta espanhol, que ganhou o prémio Nobel da Literatura em 1956, quando se encontrava exílado em Porto Rico.


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