quinta-feira, 8 de novembro de 2007

A METADE DA METADE






Os objectivos do milénio, formalmente acordados por Portugal, em comunhão com mais 188 países, tiveram que ser adiados, quiçá para dentro de outros mil anos.

Prometer nunca empobreceu ninguém e oferecemos coisas de difícil cumprimento, tais como, erradicar a pobreza e a fome, conseguir o alfabetismo primário universal, reduzir a mortalidade infantil, para evitar que vão tantos anjinhos para o céu e acomodá-los bem, para a sua estadia na terra …

Nada disto tem sido cumprido, o contrário é que era para nos admirarmos.

Nem sequer a metade da metade.

As ONG acusam o governo de tacanhez na ajuda ao Terceiro Mundo e promovem mobilizações.

Não é o mesmo pregar, que dar trigo, mas o pior é dar menos do que se havia dado.

Muito menos do que o que se destinava nos anos 60/70, onde havia gente que ainda acreditava que o mundo era um local a melhorar.

A piedade não está a passar pelo seu melhor momento, mas tão pouco vive uma boa época, essa forma inteligente de egoísmo que suspeita que, se não damos algo aos que nada têm, podem vir a roubar-nos tudo.

Não sei quanto do PIB, o executivo destina a ajuda oficial ao desenvolvimento.

Não é muito … ou é nada, pelo que se vê de avanço.

Não sei quem faz as contas e verifica os números, mas não tenhamos ilusões … acho que se algo é disponibilizado, é para promover as empresas nacionais no exterior.

É uma pena que as boas palavras não sejam comestíveis.

Levamos anos e anos de atraso, desde que se instituiu o Dia Internacional da Erradicação da Pobreza, (17/10), mas vamos adiando de um dia para o outro.

Os compromissos levou-os o vento de igual modo que leva os desnutridos que nada pesam.

O velho lema "levantemo-nos contra a pobreza" cumpre-se aos poucos.

Nós levantamo-nos, todos os dias, mas é para tomar o pequeno almoço!



1 comentário:

mac disse...

Infelizmente o dinheiro que se manda para África, e que deveria servir para combater a fome e a doença, é usado pelo governo de países africanos para comprar armamento e fomentar guerras...E também dá muito jeito aos governos ocidentais, que os africanos continuem pobres e incultos. Afinal África é o fornecedor do Ocidente; é um continente que fornece metais e pedras preciosas ao Ocidente, e um continente com inumeros recursos naturais. Convém ao Ocidente explorar África e os africanos e para isso há que fomentar as guerras e a pobreza.

Depois há a outra pobreza...a pobreza de quem pertence à classe média-baixa e vê o seu poder de compra desaparecer de dia para dia, e vê o lugar onde trabalhava fechar porque já não consegue ser competitivo. Se tiver 50 anos, qual é o seu destino? Velho demais para ser aceite noutro emprego, novo demais para se reformar...