sábado, 17 de novembro de 2007
O LIBERTADOR
Os espanhóis têm que estar gratos pela "celérica" resolução do problema ao presidente, Sarkozy.
Graças a ele, as hospedeiras espanholas, enjauladas no Chade, recuperaram o voo.
Também graças a ele, Sarkozy, muitos espanhóis encontraram novos motivos para zurzir em Zapatero.
Para mim, as comparações só são odiosas para uma das partes comparadas, já que a outra parte sai sempre a ganhar.
Enquanto chovem elogios ao presidente francês pela sua contestada diligência, caiem lanças sobre o presidente espanhol, pela sua suposta passividade.
Conta-se que Miguel de Unamuno, quando ouvia falar desmesuradamente bem de alguém, perguntava sempre:
- "Contra quem é esse elogio?"
Todos sabemos que algumas formas de solariedade só encobrem publicidade.
A bondade pode ser rentável.
Condoleezza Rice anunciou que os EUA revisarão o plano de ajuda a Islamabad e assegura que Washington contribuiu já com 11.000 milhões de dólares para a luta antiterrorista.
Também há países que se aprestam a dar-lhe uma mão aos que se estão a afogar em Tabasco.
Pobre México!
Que não sabe se agora está mais longe de Deus que em outras épocas, porque fica à mesma distância dos EUA.
Quando ocorreu a catástrofe de Nova Orleães, há um par de anos, os EUA receberam apoio logístico e material do México, mas a pena é que para serem solidários tenham que ter siso previamente desgraçados.
Estes caritativos oportunistas políticos, altamente rentáveis, têm a vantagem de não exigir o registo do altruísmo, já que só necessitam da não menos inestimável virtude política da pontualidade.
Isso não impede a gratidão espanhola ao senhor Sarkozy, que tanto se aprontou, enquanto permitia que outros apontassem ao seu colega espanhol.
Assim, podem dizer os espanhóis:
- Obrigado, senhor presidente!
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