Os homens morrem e não são felizes.
Esse era o resumo da sua experiência vital que fazia o Calígula de Alberto Camus, depois de ter tirado a vida a um montão de gente.
Nós portugueses poderíamos resumir a nossa estância terrestre em dois traços essenciais: não encontramos um buraco para viver e acreditamos em tudo.
Ou seja, há falta de habitação mas sobra a credulidade.
Os jovens não encontram um sítio onde cair vivos e continuamos confiando na extrema fama, do engano com aparência de utilidade, ou melhor do logro que nos vendem os políticos.
Agora estamos a meia temporada ainda que achemos que estamos nos seus primórdios.
Se houve uma época em que tudo era Carnaval, nesta, todos os meses são eleitorais.
Não sabemos quanto custa um pente, mas a quem comprar um oferecem-lhe dois, como os vendilhões de passeios.
"O futuro é o que está para lá da mão estendida" dizia Louis Aragon (*), mas visto isto assim, há muitos que, nos o pintam de rosa.
Há quem promete evitar novos escândalos económicos, ainda que nos omita dizer, como vai modificar a natureza humana.
Outros prometem construir mais prisões, mais asilos, albergues ou mais pomposamente, lares, mais carros ecológicos, desses que não contribuem para acelerar as mudanças climáticas, mas que alcançam a mesma velocidade que os seus iguais "sujos", para poderem fugir deles.
Também as prisões vão continuar a não ter qualidade nem qualificação, pois nenhum político que as tutela, espera vir a compartilhar esse tecto.
As mais sugestivas das promessas referem-se, como é natural, ao dinheiro.
Isso de dizermos que todos vamos ganhar mais, é como oferecermos, que no cinema, todos os bilhetes vão ser de 1º balcão.
As medidas tomadas pelo PS, sobre aumentos (?) como são abaixo da inflação, não serão aumentos, mas sim um acrescento que não cobre os pés dum bebé, quanto mais o corpo todo.
O PSD, quer aumentos mais percentualmente elevados, porque está na oposição e depois do esbanjamento que fizeram em proveito próprio, quando no governo, continuado por estes seus sucessores da mesma igualha, vêm criticar a matemática que está enraizada no poder.
Haverá alguém que ofereça mais ???
Não é que suspeitem que nós, os eleitores somos tontos: É QUE O TEMOS COMPROVADO EM MUITAS OCASIÕES !!!
(*) Louis Aragon – Poeta e escritor francês, 1897/1982
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