Mudar de hábitos ou costumes só se deve intentar se temos tempo para outros novos.
Em certas alturas da vida, quando já comprovámos que os nossos hábitos eram "malíssimos", mas que não nos conduziram com urgência a um mal final, não vale a pena modificá-los.
Segundo alguns amigos médicos, de mesinha de cabeceira das últimas (ou últimos suspiros) ou quase, limpar dos cílios pulmonares todo o rasto da cilíndrica marca do tabaco, custar-me ia uns quinze anos.
O álcool, pelo contrário, é menos rancoroso.
Se deixar de beber, não tenho nenhum motivo, mas cada vez tenho mais motivos, a impressão etílica duraria menos tempo.
Se um bebedor empedernido, subitamente convencido, deixar de dar ao frasco, o seu fígado recuperaria ao cabo de algum tempo, não muito comparado com a eternidade.
Falo destas coisas, pessoais mas transferíveis, porque me convenceram da inexorabilidade da mudança climática, mas agora querem-me convencer de que entre as minhas angustiantes obrigações entra a de cuidar-me.
E além disso, pessoalmente.
Nunca considerei que fosse uma criatura tão importante que mereça mil cuidados, mas ao fim e ao cabo sou um português mais e, informaram-me de que, nós os portugueses, estamos na cauda da Europa em costumes de vida saudável.
Há entre nós mais fumadores, mais bebedores e mais obesos que em qualquer outro local controlado, do largo mundo.
Parece-me, segundo o que leio, que aumenta o número de partidários do ingerir verduras, mas para minha desgraça, conheço uma maior quantidade de pessoas que bebe, do que partidários de alfaces, que parece-me que não só nos fazem bem, como não deixam ressaca.
A mudança climática pode ser detida, se tomarmos decisões oportunas, mas a mudança de costumes não pode ser imediata.
Não só há que dizer isto de: "a partir de manhã mudo de vida".
No dia seguinte podemos dizer o mesmo!
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