Já o suspeitava, mas agora, um Supremo Tribunal, num país europeu, (não tenho a certeza de ter sido em França ou Espanha), acabou por reconhecer que os graves problemas que teve um empregado com o seu chefe, foram a causa principal do enfarte do miocárdio. ( Do seu, não do chefe, que este não tem coração).
É um passo gigantesco para qualquer legislação laboral, isso de admitir como acidente do stress no trabalho causado por um qualquer merdas que chegou a chefe, excessivamente rígido, desses que não vergam a espinha, senão diante do próprio patrão ou do dono da empresa.
Já dizia Beltrand Russel que há duas formas de trabalhar: a primeira que consiste em alterar as coisas sobre a superfície terrestre e a segunda que o façam os outros.
Está comprovado, estatisticamente que uma é mais penosa que a outra e que se expande menos a partir dum plano meramente económico.
Comprovou-se, também, estatisticamente que uma pessoa é mais triste ou penosa que outra e difunde-se menos a partir dum plano meramente económico.
Considerar como acidente laboral o enfarte por stress laboral, demonstra que o trabalho não é saúde, como nos vinham contando e devolve a palavra à sua etimologia, que vem do vocábulo latino "tripalim", que se circunscreve a um martírio horroroso, que também se aplicava ás nádegas.
Diz-se que o tabalho-vocação, ou seja, o suculento ou saboroso, deve diferenciar-se do obrigatório, mas ambos têm algo em comum, já que os dois se lastimam e são necessários para ganhar o pão e o aperitivo.
Ao longo da minha vida foi-me dado conhecer grandes trabalhadores e trabalhadores infatigáveis que duraram muito com o coração a pleno rendimento.
Uns atribuem o facto a não terem deixado de trabalhar um só dia das suas vidas e outros a não terem feito isso mais que uns fugazes momentos que a ociosidade lhes deixava livre.
Assim não sei ao que hei-de aderir ou sujeitar-me.
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