Num desses países a que "se lhe tiramos tudo e lhe deixamos tudo" - o idioma - segundo imperecíveis palavras de Pablo Neruda, à ressaca etílica, chamam-lhe estar "dependentes de ontem".
Se um bebeu uns copos a mais, ou seja, os suficientes, o dia de amanhã apresenta-se sombrio.
Há que protelar o arrependimento, já que uma mancha de amora com outra verde, tiram-se.
Quero dizer desde já que ninguém me argumente com a sua experiência, que depois duma noite onde se bebeu muito, há que beber algo.
Para equilibrar os níveis.
Não serve o sumo de tomate com vodka, nem gema de ovo crua com pimenta.
O único remédio é a cama.
A cama cura tudo, excepto a última enfermidade, quando já não nos podemos levantar dela.
Penso nestas coisas porque vivemos o incómodo da ressaca política dos últimos ressabiados, que precipitaram todos os acontecimentos.
O presidente, porque foram os correligionários que foram corridos, o 1º porque afirma que será implacável, depois de ter sido largamente aplacador, do défice.
Não se lhe vê o papel de duro, só o sentimos e de que maneira, na algibeira.
O homem faz o que pode, mas simula uma energia pouco credível.
O orçamento será benéfico para nos levar os últimos cêntimos e até o cotão dos bolsos.
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