Votante ...
Abstencionista ...
Os espanhóis vivem a apoteose do prognóstico, que é sempre reservado e há sempre tantos totololistas, (quinielistas, bonolotistas, dependendo do jogo), como votantes.
O perigo das sondagens é que podem influir no resultado já que há muita gente preparada para acudir em socorro do vencedor.
Isso duma "épica derrota", tem muito boa impressão, mas poucos partidários.
O prognóstico do CIS (*), de momento, já acertou numa coisa: estas eleições serão as mais renhidas e igualadas da curta história democrática de Espanha.
No boxe, a coisa mais parecida com a política, salvo que é mais nobre, pode-se reprovar o "match" nulo, argumentando que um deu um murro a mais do que o outro, descontando os golpes baixos, que descontam um ponto.
Segundo as "contas" actuais, o PSOE, já aumentou a sua vantagem sobre o PP, para 2 pontos, depois de se assistir ao último assalto.
Sabe-se que a maioria dos cidadãos não lêem os programas dos partidos, para não se deixarem influenciar.
Não consentem que as ideias expostas possam alterar a sua ideologia.
Até aí podemos chegar.
Mas como admitir que os acontecimentos determinem o seu voto?
Têm incrustada a sua certeza, entre sobrancelhas, ainda que uns metam o dedo no nariz e outros não.
(Morrer, mas não ceder, é um lema de muitos e era-o de Concha Espina (**), talvez uma versão actualizada de "sustê-la mas não emendá-la".
Mudar de opinião, quando mudam os factos que nunca estão parados, é considerada uma deslealdade.
O empate técnico que alguns opinam, pôde ter sido desfeito, no último "round", entre Zapatero e Rajoy, já que no ringue, quer Solbes, quer Pizarro, no passado dia 21, deixaram tudo em aberto, apesar do primeiro acusar o adversário de convocar manifestações da desgraça.
No último "round" que talvez tenha sido o combate de fundo, Zapatero procurou recursos de urgência, para terminar o combate como vencedor e parece-me que o conseguiu.
É claro que ainda não está garantido quem será o vencedor.
Mas uma coisa é certa, está garantida a afluência do público.
(*)
CIS, Centro de Investigaciones Sociológicas, dependente do Ministerio da Presidência.
(**)
María de la Concepción Jesusa Basilisa Espina Tagle, (1877/1955), vulgarmente conhecida por, Concha Espina, escritora e poetisa española.
Autora de numerosas narrações poéticas e novelas que se caracterizam pela sua riqueza literária.
Foi galardoada com inúmeros prémios e proposta para um Nobel.
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