quarta-feira, 26 de março de 2008
A FELICIDADE DO GUIA MICHELIN
O refrescar ecuménico, que dizem que é "a faísca da vida" parece que andou a indagar ou então inventei isto, sobre os níveis de satisfação dos portugueses.
Segundo as suas árduas pesquisas, os mais felizes, situam-se na capital e arredores.
Parece-me que descobriram também, que quem está mais contente, são as pessoas jovens que desfrutam da companhia de outra pessoa jovem, que têm um emprego e que não passam por apuros económicos.
Sem dúvida têm mais probabilidades de sentir-se bem que os que vivem no interior profundo, sobretudo se estão sós, sem trabalho e que passam necessidades económicas e, para cúmulo, não se encontra muito bem de saúde.
Temos que nos congratular perante o facto de que, ainda não tenhamos descoberto a receita da felicidade, só descobrimos o galho para medi-la.
Algo é algo e pelo menos temos o retrato robot do cidadão feliz, que nos tinha sido descrito, como o que não tinha camisa, ou melhor, que tinha uma camisa de forças e como estava louco, não se apercebia como corriam as coisas.
Bertrand Russel, que entre os meus filósofos, tem direito a um altar, dizia que há duas classes de felicidade.
A natural e a imaginativa.
Dava o exemplo dum homem que tinha como profissão, abrir poços, alto e musculoso, totalmente analfabeto, que quando votou pela primeira vez numas eleições para deputados, se apercebeu que havia um Parlamento.
Uma vez, José Saramago, disse-o, que eu bem o ouvi, que para ele a felicidade, entre outras coisas, consistia numa casa grande, em Fuenteventura, e uns sapatos velhos.
Foi há cerca de 5 anos quando visitei a vulcânica ilha.
Já, Antonio Machado, (poeta espanhol), acreditava que o segredo estava em ser dono de uma boa saúde e de uma cabeça vazia.
Pouco a pouco, vamos aprofundando a difícil questão e já sabemos que não depende unicamente da fisiologia, mas sim da geografia.
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