Entre um funeral e outro funeral, fazem-se estatísticas de mulheres assassinadas pelos maridos, namorados, pares, amantes ou acompanhantes do sentimento.
Seremos o povo mais estúpido de todas as latitudes?
O crime passional, dá-se em qualquer sítio, em qualquer país, já que a paixão, ou o transitório estado de "apaixonamento", é algo universal.
Falamos de índices de frequência e a segunda pergunta é por que estamos a bater o recorde de violência do género.
Não se podem descartar factores económicos, mas também os educacionais.
Um equivocado sentido de propriedade faz com que muito assassinos argumentem como desculpa, "matei-a, porque era minha".
Não acredito que se deva só a uma insuficiente legislação, esta macabra assiduidade.
Tão-pouco ao consumo de álcool e, (ou), drogas.
Há em Portugal muita gente, incluindo autoridades, que também são gente, destinadas a proteger as mulheres maltratadas, mas o mal é que não se deve tratar, de tentar não aumentar esse número, mas sim de diminuir a quantidade de malfeitores.
Claro que a legislação tem buracos, mas o que temos que conseguir, é que não se utilizem como valas comuns.
Não é possível atribuir um guardião a plena dedicação a cada pobre mulher maltratada e ameaçada por um selvagem com quem havia decidido viver, até que a morte os separe.
Sobretudo se tiver em conta que esse momento, que é inevitável para todos, seja decidido por ele.
Já sabemos quase tudo acerca da idade dos assassinos e das assassinadas.
Também das comunidades e dos estratos sociais onde mais abunda este tipo de separação traumática.
Sabemos tudo de todos e não sabemos nada de nada, sobre estes crimes.
Também não sabemos é por que matam os que matam.
Acabam com a vida de outra pessoa por que se destroçou a sua?
Porventura tão-pouco o saberão os assassinos e quem os descobre, como no tango que não sabiam que a queriam tanto.
Também o desamor tem razões que a razão não conhece. Nem os tribunais.
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