quinta-feira, 27 de março de 2008

A CRISE DA CRISE



(Todo por la Patria)






Na nossa vivência, sabemos que os trapaceiros também estão previstos.

A muitos vê-se-lhes o penacho e as numerosíssimas entidades bancárias contam com eles para fazer contas.

Podiam emprestar o dinheiro a um preço inferior se não houvesse o cálculo pitagórico dos caloteiros.

Ocorre o mesmo, salvo que em menor escala, nos grandes armazéns, que também podiam vender mais barato as vestimentas se não contassem com os ladrões.

Na realidade, todas as pessoas decentes vêem-se obrigadas a pagar um imposto que não existiria se todas o fossem.

Parece-me que nos últimos anos, os calotes têm aumentado exponencialmente e não restam dúvidas de que vão ter grande futuro.

Não estamos a pisar o risco e não é de todo certo o que disse Oscar Wilde, de que o dinheiro só interessa a quem pensa pagar as suas dívidas.

O interesse, em igual medida é a quem pensa em cobrá-las.

Ambas as coisas estão difíceis.

Nuns casos, porque abundam os desafogados e noutros porque crescem os que estão com a corda na garganta.

O FMI e a OCDE, não tiveram outro remédio que reconhecer que a crise tem maior tamanho do que aparente, vista de longe.

As bolsas europeias experimentaram grandes caídas, mas o que é pior é que lhes custa muito mais levantarem-se.

O mal é geral e nem a nossa vizinha Espanha escapa à crise.

Para se ter uma ideia mais exacta da crise vizinha, é que a Izquierda Unida, IU, pode ver-se obrigada a vender a sua sede em Madrid e formam-se filas para os jovens se alistarem nas forças armadas.

O povo pode ser desalojado da "Casa do Povo", por um lado, mas por outro lado, nos quartéis podem colocar cartazes, ao lado dos que dizem, "Tudo Pela Pátria", outros que digam, "Completo".

Em Portugal passeia-se e assobia-se pelos corredores da morte, dum qualquer centro comercial.

Que ninguém pergunte o que se há-de fazer: aguentar e retornar à realidade, que é uma senhora muito desagradável, mas respeitável.


1 comentário:

mac disse...

Por aqui ainda se continua a negar a realidade. Segundo o Banco de Portugal e o 1ºMinistro, a crise ainda cá não chegou...
Tristes de quem ainda acredite nestes gajos. É a teoria do oásis de novo em vigor..Um oásis que no meio tem 1 pântano bem mal cheiroso...