

Está muito estudado o júbilo que acomete os tontos ou dementes, quando lhes dão um giz.
É algo incontido, só parecido ao que experimentam quando lhe dão com um chicote.
O que ainda não foi suficientemente analisado em alguns filiados em distintos partidos políticos, é o impulso que os leva a emporcalhar paredes e a deixar em estado miserável, os muros da sua pátria.
Uma parafernália de grafismo nómada, com fronteiras, ás vezes, com o soez ou indecente, que exige uma dedicação completa.
Sempre que lhes cheira a eleições, estes vocacionados escritores de intempéries, aprestam-se a deixar os seus pensamentos manuscritos em todos os edifícios.
Não vá que se antecipe outro qualquer cretino de sinal contrário e lhe tire a vaga.
Talvez que, qualquer autarca mais avisado, com grande sentido de antecipação, pudesse contratar uma empresa de pinturas anti-grafittis.
Trata-se de deixar tudo como antes que os filósofos nocturnos, exponham as suas teses e alarguem o campo dos estudos políticos.
A verdade é que deixam uma recordação gravada, porque se inventaram líquidos aptos para diluir as mais sólidas consignadas.
Os grafittis, do italiano Grafitto, com dois “tês”, define-os diversos dicionários como, “letreiros ou desenhos gravados ou escritos em paredes e outras superfícies resistentes, de caracter popular e ocasional, sem transcendência”.
Não é certo que alguns não a tenham.
Numa das nossas formosas igrejas, li um que dizia :
“Se Deus existe, esse problema é seu”.
Há que reconhecer que certas inscrições, se alheiam das imediatas tricas políticas, têm a sua graça.
Recordo-me sempre de um que li, algures por aí que dizia:
“ A vida é uma barcaça, assinado: Caldeirão da Merda”
Há quem defenda que os que sujam a sua cidade, vila ou aldeia, deveriam ser condenados a que a limpassem com a língua.
Não está previsto no Código Penal, (o que é uma pena, em certos casos).
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