quinta-feira, 20 de setembro de 2007

MISÉRIA DUM MILÉNIO




Guerras, fome, opressão, terrorismo de Estado e de organizações, operações financeiras injustas, manipulação da informação, descalabro de modos democráticos.

Tantos horrores há neste mundo, que por mais que nos repitam todos os dias, corta-se-nos o coração quando lemos na imprensa:

“O que podemos fazer, dizemos, frente a tanta miséria e tanta enfermidade para as que não há, nem uma ordem mundial justa, que permita aos países pobres do terceiro mundo, sair do buraco onde a história os lançou, nem sequer medicamentos essenciais para aliviar as suas doenças e sofrimentos, cujas patentes estão nas mãos das grandes indústrias farmacêuticas dos países ricos ?

Segundo a Amnistia Internacional, há no mundo 50 milhões de pessoas infectadas pelo vírus HIV e a grande maioria não recebe nenhum tratamento nem atenção; 800 milhões de pessoas que não têm acesso a comida suficiente para se alimentar; 1100 milhões de pessoas sobrevivem com menos de um dólar diário; 1200 milhões de pessoas não têm acesso a água potável; 10 milhões de crianças morrem antes de completar 5 anos por causas evitáveis.

Outros números, igualmente arrepiantes de doenças dizem-nos que 70 % das pessoas pobres do planeta são mulheres; 75 % das pessoas pobres são populações rurais e 10 % da população mundial desfruta de 70 % das riquezas do planeta.

Sim, os grandes da Terra ocupam-se deste incalculável exército de homens e mulheres abandonados à sua sorte.

E estabeleceram os chamados Objectivos do Milénio.

Que descrevo: erradicar a pobreza extrema e a fome; instaurar a educação primária universal; promover a igualdade de sexos e a autonomia da mulher; reduzir a mortalidade infantil; melhorar a saúde na maternidade; combater a Sida, o paludismo e outras doenças; garantir a sustentabilidade ambiental e fomentar uma associação mundial para o desenvolvimento.

Há muitos anos que se estabeleceram estes objectivos mas não se disponibilizaram os recursos necessários, não parece existir vontade de solucionar o problema que, digamos bem claro, tem uma funesta consequência de uma globalização que exclui os pobres, que privilegia esses possuidores dos 70% da riqueza.


Parece um exagero mas ainda que nos nossos países se endireite tudo muito antes de descarrilar, no mundo, a miséria total avança sem remissão.

Não podemos mudar a ordem económica, mas podemos combatê-la.

Por uma questão de estrita justiça!


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