quarta-feira, 10 de setembro de 2008

FUTEBOL É VIDA (???)

.Voltou o futebol da Liga e pelo menos aos sábados, domingos e até segundas, quando não sextas também, vamos mudar de conversação.

Não falaremos sempre no desemprego, na crise, na recessão, mas também nessa outra bola que começou a rolar nos estádios.

A bola é também um balão de oxigénio e criticar o Quique Flores, o Paulo Bento ou o Jesualdo Ferreira, é menos monótono que criticar o Luís Campos e Cunha, o Manuel Pinho ou o José Sócrates.

Nunca acreditei que o futebol fosse o ópio do povo, mas sim o desporto mais engenhoso inventado pelo cérebro humano.

Antes dos ingleses, os "Neandertais", que todavia não eram conscientes de possuir o genoma mitocondrial, já jogavam descalços com a caveira de algum vencido.

Tinham os pés mais duros que a cabeça, mas divertiam-se muito e até se esqueciam que eram homens primitivos.

Também agora o futebol nos serve para esquecer coisas desagradáveis.

Quem está dependente de Quim ou Helton, não se preocupa com a Euronext Lisboa.

Esquecer é uma arte, mas necessita de muita memória para nos esquecermos de tudo.



Num país da América latina, então chamado hispanoamericano, ouvi um vendedor ambulante que apregoava a sua mercadoria quase como uma canção de Atahualpa Yupanqui (*):

"Obediências milagreiras e ervas para esquecer!"

Agora essas ervas transladaram-se para os relvados.

Golos, são amores.

Desde a minha remota infância quando comecei a dar uso à bola, só ouvia o meu monossílabo, "gól", gritado da maneira mais entusiasta e unânime.

Dizer que o futebol é ver vinte e dois homens aos pontapés a uma bola, segundo Priestlay (**), ele que gostava tanto como Albert Camus, é o mesmo que dizer que um violão é só madeira e tripa, ou que os Lusíadas ou o Hamlet, é só papel e tinta.

Muitos pedantes, (pretensiosos) andam à solta e aproveitando a sua liberdade, não só dizem que não suportam o futebol, coisa absolutamente legítima, como menosprezam quem amamos.

Ignoram que Eusébio e Schopenhauer são compatíveis.

Não na mesma alienação, como é lógico!




(*)

Atahualpa Yupanqui, pseudónimo de Héctor Roberto Chavero, 1908-1992, foi um compositor, cantor, (chegou a cantar, em Paris, com Edith Piaf), guitarrista e escritor argentino.

(**)

Joseph Priestley (1733 - 1804), professor inglês de línguas e químico que descobriu o gás a que chamou de gás perfeito ou ar desflogisticado (1774) e ao qual Lavoisier deu o nome de oxigénio.


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7 comentários:

Laura disse...

Por causa de tanta bolada andamos nós de mundo às avessas e os gajos a ganhar o que dava para matar a fome e ter um lar digno, a muitas familias, e eles estragam-no todo em luxos e vaidades, carrões que sei lá, mas no fim!...de quem é a culpa? de todos, bolas!...
beijinho.

Anónimo disse...

Gostei da "plantilha" escolhida...
abraço

Anónimo disse...

ficou esquecido o lugar do meu cantinho:
http://vilaforte.blog.com

xistosa, josé torres disse...

Laura

Todos os artistas devem ser bem pagos.
Assim como eu, que tenho os meus visitantes, devia receber um X, mas em euros, por cada um.
Assim, todos seríamos felizes.
Agora suponha que todos jogamos no Euromilhões e que sai a todos ... nem o que investimos recebemos ...
(Há sempre os parvos, NÓS, onde me incluo, que contribuem para os outros).
Se não fossemos nós, como é que havia prémios chorudos?

Temos que saber contribuir e calar ...

xistosa, josé torres disse...

Pedro Oliveira

Desde que me assumi como seleccionador, tento que as minhas equipas dêem espectáculo.
Se não for em campo, que seja "na visão"!

Obrigado pela visita.

Anónimo disse...

Caro amigo, não tenho dúvida nenhuma que com este 11 não tinha-mos perdido nos últimos 10 minutos com a Dinamarca...
abraço

xistosa, josé torres disse...

Pedro Oliveira

Nem jogámos mal ... desconcentrámo-nos e fomos.
Não temos guarda-redes que sai da baliza com confiança ... e tudo junto dá confiança e sorte ao adversário.
Bom fim de semana.