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Não sei qual foi o cavalheiro inglês que recusou a sua assistência no hipódromo, alegando que não ignorava que há cavalos que correm mais do que outros.
O cavaleiro Miguel Ralão Duarte foi impedido de lutar pelos lugares do pódio porque a égua e, passo a citar, «entrou em histeria».
Ralão Duarte, é o mesmo que disse que esta égua ia fazer história nos Jogos Olímpicos.
E fez!
Nesta gloriosa Olimpíada de Beijing, descobrimos que um ianque pode nadar como um tubarão satisfeito e que um jamaicano pode correr como um gamo perseguido.
Os dois são "velozes como uma bala", mas quem pode assegurar que os seus recordes não serão batidos nos próximos Jogos Olímpicos de Londres, ainda que seja por eles mesmos?
Eu, que é improvável que esteja na disposição de fazer alguma aposta, não me atreveria a considerar inamovíveis os seus recordes.
As décimas de segundo medem-se por pestanejos e o assombro instalou-se nos nossos olhos.
No desporto há sempre um alto grau de infantilidade.
Os miúdos jogam para ver quem dá a sua "mijadinha" mais longe e os jovens competem, para ver quem melhora uma série de coisas que não são necessárias de fazer e propõem umas dificuldades que não existiam antes de proporem-nas.
O pior é a caducidade dos heróis do estádio.
"Tendes uma missão gloriosa", disse-lhes o homem que governa a tribo humana mais numerosa do planeta e a China conseguiu 51 medalhas de ouro.
Não alcançaram esta cifra os Estados Unidos em Los Ângeles, nem os russos da União Soviética, em Moscovo.
Nós conseguimos uma do vil metal e outra do seu servil escuteiro, mas nós, os portugueses, como somos feitos duma estranha liga, esperávamos mais.
A prata no triatlo, foi "ouro grisalho".
Sucede que os êxitos desportivos, se se submetem a determinada temperatura, transmudam-se em êxitos políticos, mas na aldeia onde nasceu Usain Bolt, não há água nem luz.
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quarta-feira, 3 de setembro de 2008
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