domingo, 21 de setembro de 2008

CAMINHEMOS !

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Tenho entendido que os médicos recomendam a todos os seus efémeros clientes que andem,

Não só que andem, mas que marchem muito.

Quem move as pernas, move o coração, mas há que ter muito mau coração para recomendarmos que movam as pernas quem já não as move, nem Deus, para querer perpetuar a nossa estadia na terra.

Por outro lado, eles que tanto apregoam, não condizem com o exemplo: nunca os vi pelo Passeio Marítimo do meu Porto, ou arredores, essa gente de bata branca, caminhando.

É certo que nós, os contemporâneos nos deslocamos pouco, quiçá porque nos movemos mais que os nossos próprios interesses.

Noutros épocas, não havia mais remédio que andar, mas agora perguntamos, "pés para que vos quero?", a nossa resposta será difícil.

O cavaleiro medieval, transformou-se em automobilista, com a vantagem de que não necessita de escudeiro, já que se constituiu em seu próprio chofer.

A actual crise, que todavia não a devemos qualificar de asfixiante, visto que ainda não nos afoga, por muito que nos aperte, vai modificar as nossos deslocações.




Os golpes que recebe a economia portuguesa, com a baixa altíssima do preço dos combustíveis e a fraca procura de carros, vai certamente fazer perder empregos.

Eu começava, de vassoura na mão, a correr os ratos da Autoridade da Concorrência, (????).

O desabamento da venda de carros, seja de que marca forem, vai começar a insinuar mais despedimentos.

O que poderá obrigar muitos a obedecer aos conselhos médicos.

Ou melhor, o "golpe" económico", poderá fazer com que vamos para o trabalho, a pé descalço.

A situação vai-nos obrigar a ter os pés bem assentes na terra.

Mas o português médio detesta regressar à fedorenta ou malcheirosa condição de peão.

Podemos suportar tudo, menos prescindir do carro, que é um instrumento de trabalho, e se torna imprescindível, inclusivamente no caso de termos perdido o trabalho.

Fazemos o caminho, mesmo a suar.





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