quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

DI STEFANO - O DEUS dos RELVADOS



Avião do Real Madrid, baptizado, "La Saeta", ( a seta ou flecha), em homenagem a Di Stefano, (na foto, o da bengala).





Desde Walt Whitman (*), que não se havia dado semelhante esplendor na relva.

Apesar de português, senti uma "pequena lágrima ao canto do olho" das que ainda me restam, ao ver Di Stéfano, receber o Prémio Presidente da UEFA, que é o Nobel do futebol.

Antes de inaugurar uma estátua com a sua imagem, da autoria de Pedro Montes, no estádio de Valdebebas com o seu nome, ( onde joga a equipa B do Real Madrid ), Di Stéfano recebeu de Michel Platini o prémio “Presidente UEFA”.
“Entre os nomes escritos a ouro na história do desporto, há um lugar especial para Alfredo Di Stéfano.

A história do futebol não pode ser imaginada sem ele.

- "É o primeiro prémio que entrego como presidente da UEFA e apenas os grandes receberão esta honra.
Obrigado por tudo”, afirmou o dirigente francês.

Jogou pelas selecções da Argentina, da Colômbia e de Espanha.

A "Flecha, ou Seta loira", como o designaram, é agora um senhor calvo e com bengala, mas continua a acertar em todas as Dianas.

Em jovem, "Cho", como carinhosamente o tratavam, até voava.

Ensinava muito, quer depois dos jogos, quer nos programas desportivos, sem câmaras.

- " O futebol é uma coisa que se faz a correr e tudo o que faças tens que o fazer a correr".

Era um inveterado bebedor de whisky e comedor de percebes.

Não sei se continua a sê-lo.

Também falar de futebol era considerado adequado ao seu interlocutor, fosse qual fosse.

Li algumas entrevistas dele e sempre disse o que todo o mundo dizia, mas gostava de lê-lo.

Foi o maior jogador que pisou relvados espanhóis e principalmente do Real Madrid, de quem é presidente honorário.

Com ele, não se podia chamar um desporto colectivo.

O mesmo se pode afirmar do boxe e do ténis, mas ele era uma estrela que sempre brilhou.

Quem melhor o definiu foi, Pedro Escartín, (jogador internacional, que acabou a carreira muito jovem devido a lesão pulmonar, árbitro prestigiado a nível internacional, foi membro e presidente do Colégio Nacional de Árbitros espanhóis, seleccionador espanhol), que descodificou e descreveu a diferença dos grandes directores de orquestra, Pelé, Maradona, Cruyff e do homem que sozinho era uma orquestra inteira.

"Cho" começou a jogar a médio direito, mas um dia resolveu perguntar ao técnico "porque não jogava no campo todo, lá na frente".

Honra!

Honra a este espanhol-Argentino, que ficou para sempre em Espanha.

Sabe-o bem "Martin Fierro" de cor e salteado e ouve tangos logo pela manhã.

O que diria a relva, do Santiago Bernabéu, se falasse?

(*)
Poeta norte americano, (1819-1892).
A sua maior obra, com 7 edições, algumas ampliadas com poemas, foi a que
desde 1855, (por conta própria, publicou), denomina-se, "Leaves of grass", (Folhas de Relva).


11 comentários:

Anónimo disse...

A Seta Loira

Anónimo disse...
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Anónimo disse...

Premio Capri San Michele

xistosa, josé torres disse...

Li hoje aqui

Grande HOMBRE!!!

Anónimo disse...
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Anónimo disse...

Premio "Guijuelo de Oro" 2007