segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

CORRIDA AOS MERCADOS



Está meia cheia ou meio vazia?


Um mau cliente.

Quando se esperam días piores para passar nos ghichés de pagamento, ninguém atira nada pela janela e ante o temor de uma vida futura mais apertada o pessoal cuida mais da carteira.

Não estaremos a exagerar demais?

O consumo tem crescido a um ritmo menor do que há alguns anos, se bem que seja verdade que nesse período havia tido um impulso.

Continuamos a ser, segundo nos contam testemunhos presenciais, uma das últimas potencias mundiais, ainda que de verdade não haja mais que sete, (G-7), mas apanhámos um tal cagaço que não nos conduz a parte nenhuma, exceptuando à miséria.

O dinheiro é um nómada e se o impedimos de movimentar-se languidamente acaba por apodrecer.

O Anuario Nielson 2008, em Espanha, que estabelece muito cuidadosamente os seus dados, explica que as vendas de alimentos embalados, que representam quase 50 % do cabaz de compras das famílias espanholas, cresceu.

Isso deve-se a muitas coisas, entre elas, a mais decisiva é a escassez de avós.

As mulheres mais velhas espanholas.

Deus as abençoe, são as únicas que sabem guisar e estufar.

Ás suas filhas é igual que entaipem ou encerrem a cozinha, já que a maioria, por sorte, trabalha fora.

Uma situação assim, que conspira contra a sobremesa com a mesma intensidade que contra o primeiro prato, faz que se acumulem latas de conserva nas despensa.

O medo, segundo está demonstrado, é pior do que aquilo que se teme.

Por que é que os espanhóis começam a adquirir artigos não perecíveis a curto prazo - nunca são imortais - até atestarem a despensa?

Não há que esperarem tempos piores, já que eles sempre vêm, mas tão-pouco há que adiantar os calendários.

Há que ouvir menos discursos catastrofistas e acreditar menos em ofertas.

Todavia não é necessário guardar embalagens de leite condensado e tabletes de chocolate.

Não estamos em guerra.

Os únicos que lutam até à morte, são os partidos políticos e isso é, porque lhes vai a comida com o poder.


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