Está meia cheia ou meio vazia?
Um mau cliente.
Quando se esperam días piores para passar nos ghichés de pagamento, ninguém atira nada pela janela e ante o temor de uma vida futura mais apertada o pessoal cuida mais da carteira.
Não estaremos a exagerar demais?
O consumo tem crescido a um ritmo menor do que há alguns anos, se bem que seja verdade que nesse período havia tido um impulso.
Continuamos a ser, segundo nos contam testemunhos presenciais, uma das últimas potencias mundiais, ainda que de verdade não haja mais que sete, (G-7), mas apanhámos um tal cagaço que não nos conduz a parte nenhuma, exceptuando à miséria.
O dinheiro é um nómada e se o impedimos de movimentar-se languidamente acaba por apodrecer.
O Anuario Nielson 2008, em Espanha, que estabelece muito cuidadosamente os seus dados, explica que as vendas de alimentos embalados, que representam quase 50 % do cabaz de compras das famílias espanholas, cresceu.
Isso deve-se a muitas coisas, entre elas, a mais decisiva é a escassez de avós.
As mulheres mais velhas espanholas.
Deus as abençoe, são as únicas que sabem guisar e estufar.
Ás suas filhas é igual que entaipem ou encerrem a cozinha, já que a maioria, por sorte, trabalha fora.
Uma situação assim, que conspira contra a sobremesa com a mesma intensidade que contra o primeiro prato, faz que se acumulem latas de conserva nas despensa.
O medo, segundo está demonstrado, é pior do que aquilo que se teme.
Por que é que os espanhóis começam a adquirir artigos não perecíveis a curto prazo - nunca são imortais - até atestarem a despensa?
Não há que esperarem tempos piores, já que eles sempre vêm, mas tão-pouco há que adiantar os calendários.
Há que ouvir menos discursos catastrofistas e acreditar menos em ofertas.
Todavia não é necessário guardar embalagens de leite condensado e tabletes de chocolate.
Não estamos em guerra.
Os únicos que lutam até à morte, são os partidos políticos e isso é, porque lhes vai a comida com o poder.
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