sábado, 9 de fevereiro de 2008

PAISAGENS …









A paisagem depende de quem são os seus admiradores.

Como vai ver o panorama, um operário da construção civil, do local onde se situa a Praça Sony, depois de soerguerem mais umas toneladas de betão e ferro.

Não é certo que a demolição e a posterior elefantina construção, beneficie alguém, (a não ser o promotor) e talvez, em época de concertos, os moradores, poupando-os a barulhos.

Mas o palco não era para ter ficado virado para o rio?

Obras portuguesas.

Esta demolição vai deixar a animação desanimada.

É que o betão não diverte ninguém.

Não é certo que a divisão se estabeleça entre os que vêem tudo negro ou branco: há que acrescentar um terceiro grupo, bastante maioritário, formado pelos que percebem perpectuamente que a vida é cor de rosa.

Volta e meia chega uma inútil e estrepitosa revolução, ou uma algazarra e esse colorido, rosado como um crepúsculo, tinge-se de vermelho com o sangue que provoca a cólera dos humilhados e ofendidos, que se mistura com a hemoglobina dos privilegiados, onde há sempre uma alta percentagem de inocentes.

Por sorte está muito longe de Portugal essa constante histórica.

Um provérbio africano aconselha a não se blasfemar contra Deus por ter criado o tigre, mas sim agradecer-lhe, que não lhe tenha dado asas.

Tudo depende do ponto de vista e a verdade é que se exagera nas penúrias que alguns sofrem, ou seja, os de sempre, com notável antecipação.

Somos deficitários de optimismo.

Abundam os compatriotas aos quais dizes: "que bom dia está hoje" e te respondem, "ainda o pagaremos".

Temos que tomar nota da "retoma" e da não existência de crise, mesmo que a inflação seja sempre superior ás adivinhações dos bruxos e adivinhos que se postam no alto do posto de comando.

O crescimento com todas as turbulências nos mercados financeiros, para "nós" não será problema.

Para o ano seremos "mais altos".

Temos no governo pessoas sensatas e nenhum fala por falar.

De qualquer modo, nestes casos, têm que empregar a tese que mais nos convença.

Só espero que eles não acreditem no que nos dizem.

O que for chegará.

Sobretudo se a economia explodir.


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