Parece que não temos remédio.
Nesta altura do campeonato já sabemos que o costume de matarem-se mutuamente é a mais antiga diversão do ser humano.
Seria muito aborrecido deixar que o tempo morra nos nossos braços e este último acontecimento temos que o precipitar.
É como se não tivéssemos paciência para aguardar a nossa última hora.
(Em casa dos meus pais, lembro-me de um relógio de parede, desses que custodiavam o tempo, numa espécie de ataúde vertical, que tinha uma legenda horária que dizia: "Todas ferem, a última mata").
Por que antecipamos essa última hora?
É impossível a estatística dos seres humanos que morreram antes do tempo.
As inúteis guerras anteciparam-se aos relógios biológicos, que supostamente funcionavam muito mal noutros séculos.
(No tempo de Shakespeare, que tinha mais talento que todos os seus contemporâneos juntos, à excepção de Camões e Cervantes, com o quais teve combates nulos, a residência na terra não se prolongava mais além dos 45 anos. Uns com os outros, entenda-se)
No século XX, ou seja anteontem, menos um pouco mais de sete anos e dez meses, bateu o recorde de defuntos em magnífico estado de saúde.
As guerras levaram-nos adiante.
Agora o chefe das tropas dos EUA no Iraque, mostra-se partidário de ampliar a estatística e diz: "uma retirada seria catastrófica".
Não se sabe se há alguma catástrofe superior para a guerra continuar.
Que poupança de vidas suporia a retirada?
"A guerra não arruma nada", segundo Agatha Cristie, a novelista especializada em crimes de paz, já que ganhá-la é tão desastroso como perdê-la.
Como dizia, Gloria Fuertes, escritora e poetisa espanhola, quis ir às guerras, para pará-las.
Citei estas duas mulheres, já que suspeito que um mundo regido por elas, registaria menos conflitos bélicos.
Nada vai parar a guerra no Iraque por agora.
Acometer e matar é até fartar !
Sem comentários:
Enviar um comentário