O Senado ianque defendeu por uma assustadora maioria, a construção de uma barreira limítrofe entre os dois mundos que formam parte deste, mas que não têm nada a ver um com o outro, porque dum lado há enchiladas e do outro hambúrgueres.
Os antigos emigrantes ilegais, em vez de vadear o rio, terão que saltar o taipal ou tapume e deverão substituir o batel por uma vara.
Se Adelita (*), foi com outro e conseguiu passar para o outro lado, havia de ser dada como perdida, porque não a podiam seguir, nem por terra nem por mar.
O século passado, que além do século da siglas foi o século das guerras, continua por este a sua insolidária conduta.
Depois da cortina de aço, da cortina de gelo, e da cortina de bambu, chegaram outros mais ou menos impenetráveis.
O muro de Berlim teve a contribuição, para derrubá-lo de João Paulo II, que talvez não tenha sido um eminente teólogo indiscreto, como o seu sucessor, mas era um atleta.
O que se suspeita agora é que se utilizam os entulhos de todas as fronteiras abatidas, para edificar umas novas.
O que além de terrível, é caro.
Quanto poderá custar uma trincheira para cima dos 1123 quilómetros de comprimento?
Portanto não se poderá dizer isso de "pobre México, tão distantes de Deus e tão perto dos Estados Unidos".
Dentro de pouco tempo as coisas estarão igualmente distantes.
Algo terá que ver com a construção do novo muro, quando chegarem novas eleições, será tarde de mais?
A luta contra a imigração voltou luta política, mas as vítimas são sempre as mesmas.
(*) A primeira “Adelita”, fui uma mulher que participou na Revolução Mexicana do 1910.
O seu verdadeiro nome era Altagracia Martínez, e pertencia à classe alta, da Cidade de México.
Simpatizou com a Revolução e uniu-se a ela, sendo baptizada como "Adelita" pelo General Francisco Villa, mais conhecido como Pancho Villa e pelo coronel Rodolfo Fierro.
Foi asassinada a mando dum tal Pascual Orozco, mas o nome "Adelita" ficou para todas as mulheres que participaram naquele movimento armado e revolucionário.
As "Adelitas" que foram parte fundamental da revolução, tinham funções de enfermeiras, telegrafistas, despachadoras de combóios, correios, espias, casamenteiras, abastecedoras de armas, propagandistas das ideias revolucionárias, combatentes e chegando mesmo a ocupar postos de comando, eram as denominadas "coronelas":
- Carmen Alanis, que se levantou em armas em Casas Grandes, Chihuahua e participou na tomada de Ciudad Juárez com trezentos homens, todos sob o seu comando.
- A "coronela" Juana Gutierrez de Mendoza.
- A China, que comandava um batalhão formado pelas viúvas, filhas e irmãs dos combatentes mortos.
- Dolores Jiménez Muo, "coronela", redactora do Plano Político e Social; redactora do diario liberal “Diario del hogar” e participante de “Las Hijas de Cuauhtémoc”.
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