quarta-feira, 24 de outubro de 2007

FAZEM FALTA DETECTIVES




O ideal seria que cada cidadão normal tivesse alguém que controle a sua vida de dia e também de noite, já que há muitos sonâmbulos à solta.

A investigação sobre as comunicações foi uma das chaves para deter os responsáveis do maior atentado da espamósdica história.

Pena foi que não o tivesse sido feito com a antecipação, anterior ao 11 de Março em Madrid de 2004, que foi o dia em que tudo mudou e não só as eleições, na nossa vizinha Espanha.

Os terroristas utilizaram telefones móveis, mas o móbil do crime não foi unicamente a vingança.

Em vista disto, uma nova lei atingirá os usuários anónimos do prático e malévolo artefacto: o mau é que são quase 18 milhões.

Não se sabe como se poderá alcançar isso, mas quere-se fazer.

As companhias telefónicas, espanholas, estarão obrigadas a conservar durante um ano, os dados das comunicações dos seus clientes.

Para o caso de ser pouco, o sonho orweliano complica-se, em busca da perfeição e também ter-se-á que exigir aos quiosques que vendem cartões pré pagos a identificar os compradores e encher um livro de registo, que alcançará cada semana o tamanho da lista telefónica.

O governo faz muito bem em combater a delinquência e para isso não há nada melhor que suspeitar de cada um de nós.

Claro que a vigilância massiva tem um preço, para além das dificuldades técnicas: uns milhares ou milhões de euros.

O inimigo é o número, não porque o inferno sejam os outros, que não é verdade.

Mais a mais, estas coisas imitam-se: os responsáveis pela grande trama da dopagem, em Espanha, querem, que a declarem mais 59 ciclistas, incluídos os estrangeiros.

Quiçá estará próximo o dia em que seja necessário controlar os controladores.

Para que não exagerem.


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