Em Portugal estancou-se o crescimento da população, apesar de que os caminhos necessários para trazer ao mundo novos compatriotas continuem a ser prazenteiros.
O caso é que são mais numerosas as famílias que não têm filhos, que as chamadas famílias numerosas.
Os sociólogos dizem que isto ocorre porque existe uma relação directa entre a míngua de habitantes e o crescimento do egoísmo.
Geralmente, resistimos a hospedar em nossa casa pequenos desconhecidos.
Não é certo que todo ele que chega, traga um pão Bimbo debaixo do braço, mais a mais, existem outros factores que influem muito sobre a hospitalidade, como a superfície das casas.
Nas novas habitações que se fazem actualmente, para quem poder adquiri-las, se entra alguém tem que sair alguém que estava dentro.
Não sei porque se considera um dado desfavorável a travagem do aumento da população.
Ainda que todos sejamos únicos, a verdade é que há muita gente repetida.
Chega-se a pensar, quando se dá uma volta pela Índia ou pela China, que o inimigo de cada um é o número.
Não porque o inferno sejam os outros, já que isso é uma questão privada, mas sim porque por este caminhar não vai haver sítio para todos.
O bom clérigo, Thomas Robert Malthus (*), que além do mais era economista, viu-o claramente.
Teve que ocultar o seu ensaio sobre a população, (Essay on Population), porque o quiseram correr à bofetada.
O homem, que teve influencia em Darwin, pensou que se o absurdo planeta Terra tinha limites, também tinha que existi-lo para os seus habitantes.
Agora em Portugal somos, 10 599 095.
Alguns terão morrido e outros terão nascido enquanto lês estas linhas.
Os arautos do costume, imputam ao governo falhas no controlo das clínicas abortivas.
Mas eu, que fui partidário do SIM ao aborto, lamento não ter sido consultado sobre a interrupção das gravidezes das mães de alguns governantes.
(*)
Thomas Robert Malthus - economista, inglês do século XVIII, (Dorking, 14 de Febreiro de 1766 - Bath, 23 de Dezembro de 1834), criou a teoria malthusiana que faz uma análise profunda a respeito da explosão demográfica do Planeta Thomas Malthus ficou conhecido sobretudo pela teoria segundo a qual o crescimento da população tende sempre a superar a produção de alimentos, o que torna necessário o controle da natalidade. Na sua obra, Essay on Population (Ensaio sobre a população), afirma que a população cresce em progressão geométrica, enquanto a produção de alimentos aumenta em progressão aritmética.
A solução para evitar epidemias, guerras e outras catástrofes provocadas pelo excesso de população, consistiria, segundo ele, na restrição dos programas assistenciais públicos de caracter caritativo e na abstinência sexual dos membros das camadas menos favorecidas da sociedade.
Malthus era um pessimista que considerava a pobreza como um destino ao qual o homem não podia fugir.
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