segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

LUZ ou OBSCURIDADE




O pior da tristeza, que é como uma cereja de asas negras segundo os poetas, é que é contagiosa.

As coisas vão mal, por uma razão evidente: porque nos dizem que ainda vão piorar.

Os preços, que têm boa pontaria, dispararam, mesmo que o governo nos argumente com números, fabricados na sua oficina, ou importados da China e manipulados cá, o que encarece brutalmente o produto.

Os desvios, para um leigo como eu, não sei se da inflação, da inflexão, da influenciação, do infrene despesismo, do infrutuoso pensar e agir que pode conduzir à infusura, têm sempre falta dum culpado.

Achamo-lo no petróleo, que tudo alumia, menos alguns que já deviam estar iluminados para nos governar.

Pois o petróleo é o culpado maior da subida dos preços dos alimentos de primeira necessidade, sem considerar os de segunda, que também são básicos.

Por que são mais imprescindíveis as lentilhas que a genebra, (Gin)?

Não conheci na minha longa vida ninguém que tenha vendido a progenitura, por uma garrafa de genebra, (Gin), Larios, Gordon's, Bacardi ou Eristoff.

Há coisas desnecessárias das que já não nos podemos privar e os tétricos augúrios da economia nacional vaticinam-nos que para os comer e beber, vamos ter que desembolsar mais uma boa percentagem.

O que não é pouco.

Tudo seria suportável se além de baixar a Euribor, não crescesse o medo de que o BCE, suba os juros.

Temos vindo a despedirmo-nos duma boa vida e a solução não é uma despedida à francesa, no estilo de Sarkozy, que pediu aos franceses que trabalhem mais para ganhar mais.

Assim qualquer um …

Não tem nenhum mérito levantar um peso fazendo força.

O difícil é ordenhar as vacas fracas e comer torrão de Alicante com dentadura postiça.

Não devemos afrontar as datas natalícias, que gostamos mais que os miúdos e os que têm miúdos afundados na obscuridade, mas há alguns conscientes partidos políticos que governam autarquias, propõem-se reduzir, além dos gastos, as iluminações das cidades.

É claro que é um esbanjamento, mas há que ter muito pouca luz para juntar tristeza a uma situação onde a alegria obrigatória irá ver-se diminuída pela escuridão dos bolsos.

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