segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

NÉSCIOS ? ? ?





Não há dúvida que ás vezes a sociedade mostra-nos uma faceta onde podemos apreciar a grande diversidade de espécies que se encontram a viver nela.

Todo o tipo de classes sociais e económicas se misturam nesta selva de asfalto.

E se separo os conceitos, social e económico, porque hoje em dia não me é possível dizer - nível socioeconómico - o nível de desenvolvimento social, cultural, já não representa o mínimo do nível do poder aquisitivo da gente.

A verdade é uma lástima como a sociedade se corrompeu a si mesma, criando subgrupos sociais que não falam mais que da pobreza cultural que temos neste país e do estereotipado em que se encontra a nossa sociedade

Falar de "néscios" é um grande exemplo disto … no final do dia, mas quem é um néscio?

Um néscio, para mim, é uma pessoa que independentemente do seu nível económico, carece totalmente de cultura e educação, é uma pessoa cujo grau de refinamento é nulo.

O erro, creio eu, está em utilizar este termo para referir-se a pessoas morenas, simples, ou humildes, a gente que não é considerada “beauty people” … porque então estamos a limitar tudo à imagem ou ao dinheiro e nem sequer à imagem enquanto ao gosto para vestir-se e comportar-se, estamos a limitar à simples estética, (obviamente mal compreendida) … parâmetros estéticos estabelecidos, além do mais, por critérios totalmente racistas e elitistas.

Um exemplo muito claro do que considero um néscio é o seguinte: alguém, que apesar de trazer uma "grande máquina", coloca-lhe luzinhas e enfeita-a com "macacos" de peluche no retrovisor.

Alguém que se atreve a sair à rua com auriculares.

Alguém que chega de joelhos à Câmara, pensando ser a Catedral ou Basílica.

Néscios, os que se servem de vinho tinto com pedras de gelo e põem molho picante mexicano num queijo camambert …

Enfim, o ponto é que está demais como cada vez mais vemos estes subgrupos sociais discriminando-se uns aos outros, com base em critérios realmente estúpidos e pouco reais.

Por exemplo o que se passa nas discotecas, cada fim de semana, onde grupos são agredidos e impedidos ou rechaçados a tacos de basebol, da maneira mais grotesca, desses antros, porque o porteiro não esteve à altura do lugar que ocupa.

Mas, em que se baseiam estes raros e poderosos tipos?

É ridículo, porque creio que há dois tipos de critérios: um, em que te vêem "nice-face" e outro, que ainda que te vejas como doutra galáxia e o esbanjamento de dinheiro seja tal, que os convenças a deixar-te entrar porque vais lá deixar uma "catrafiada" de euros, nessa noite.

O patético é que muita gente que tem muita "guita" mas que são uns verdadeiros néscios, muitos dos famosos porteiros da noite, pessoas que têm mil poderes e se sentem "super nice", não têm o mínimo nível de preparação e educação.

E é aí que tudo se vira … tão incongruente e ilógico.

Acredito que o importante não é quanto dinheiro tens, nem a cor da pele, nem o apelido que te protege o teu nome … o importante deve ser a educação, os valores, a categoria, (à antiga), a cultura, a capacidade de ajuizar, o trabalho, o esforço em geral para sair airosamente … senão, jamais vamos dar um salto qualitativo como sociedade, jamais sairemos deste ping-pong social em que nos encontramos estagnados …

No fim, depois deste "debraye" sobre a sociedade, só me resta dizer que … ainda que a memória seja curta, nunca os esquecerei, sempre estarão na minha mente e nunca mudarão porque são hiper bonitos, (ainda que à maioria não os conheça) …

Goethe disse:

" O comportamento é um espelho no qual cada um mostra a sua imagem".


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