quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

NA ALTURA CERTA








Hillary e Obama, que até agora tinham mantido uma rivalidade encarniçada, mas com cortesía, já viraram o bico ao prego, que é como quem diz, inverteram o palavreado.

No último debate na Carolina do Sul, ambos demonstraram que uma das vantagens das pessoas de boas maneiras, é que podem abandoná-las.

Houve acusações mútuas e golpes por debaixo da zona de flutuação, embainharam as espadas, mas empunharam as facas de mato.

Talvez tivesse ganho aos pontos, Hillary, na arena de Myrtle Beach, mas a pergunta em duplicado que fazem os distantes espectadores do "match" é, se chegou o momento em que a América do Norte hospede na Casa Branca, uma mulher ou um negro.

Para logo é tarde ou é, todavia, demasiado rápido?

Só faz 50 anos que Luther King dissera que, os negros viviam numa ilha solitária no meio de um imenso oceano de prosperidade e estavam desterrados dentro da sua própria terra.

Claro que, Barak Obama, não é exactamente um negro.

Seria rechaçado numa cavalgada de Reis para fazer o papel de Baltazar.

A sua epiderme é mais café com leite e mais a mais, não tem tão maus azeites como Hillary, mas o problema fundamental é se ambos os candidatos se adiantam ao tempo, ou talvez melhor dizendo, se o tempo se atrasa com respeito à carreira dos dois candidatos.

Nicolás Maquiavelo, que se tivesse sido tão maquiavélico como se diz, não teria divulgado os seus conselhos, disse que "nada prejudica tanto o tempo como o próprio tempo".

Acreditava na oportunidade e dava-lhe um valor maior que ao mérito e ao talento.

A Obama, apoia-o a sua mulher, que é bastante mais negra que ele e a Hillary, apoia-a o seu marido, que se chama Clinton com bastante antecipação a que ela levasse esse apelido.

O ex-presidente está a ajudá-la muito, mostrando que as suas reservas de fidelidade não estavam esgotadas.

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