terça-feira, 29 de abril de 2008

PIRATAS de ATUM






Chegaram a Espanha de barco, com a alma tatuada pelos dias de cativeiro.

O importante é que estão a salvo e dentro de muitos anos podem contá-lo nalgum bar portuário, onde uma guitarra desprenda a sua móvel biblioteca sonora.

O que importa o preço do resgate?

O governo espanhol atribui à diplomacia a libertação do atuneiro, "Playa de Bakio", mas o ministro dos assuntos exteriores, confessa que se inteirou pelos jornais do desenlace feliz, assim não há dúvida, senão a dúvida inteira.

Tão-pouco há acordo quanto á quantidade de dinheiro paga pelo armador.

Uns dizem que foi só um milhão de dólares e outros cifram que foi uma quantidade mais elevada, mas para o caso o que interessa é que foi resolvido e os piratas não vão fazer a declaração de impostos.

Um experimentado em pirataria, que se sabe ter lido e relido muitas vezes "A Ilha do Tesouro", vaticina que o próximo 11-S, (11 de Setembro), produzir-se-á no mar,

Variou a conduta da corporação: agora são delinquentes que dispõem de armamento mais moderno e de barcos muito mais rápidos que os dos seus perseguidores.

Mais a mais a sua baixa política favorece muito as suas aventuras no alto-mar.

Parece que chegou o momento de criar uma polícia marítima internacional, já que há águas mais perigosas que bairros.

Os pescadores libertados contaram que, os piratas estavam cheios de fome, mas isso não os impedia de apontar-lhes metralhadoras.

Talvez até se possa considerar uma abordagem, como uma modalidade de "rapina famélica", mas os pescadores devem ter passado bastante medo na noite do Índico, enquanto os advogados britânicos negociavam o preço do resgate, entre o armador e os chefes somalis.

Os sequestradores despojaram o barco atuneiro e os pescadores regressaram quase nus, como os filhos do mar.

E ainda dizem que o peixe está caro!



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