terça-feira, 22 de abril de 2008
JUÍZES
Um juiz culpou uma funcionária, por estar em liberdade o repugnante assassino da pequenita Mari Luz.
Uma vez mais é cumprido o unânime regulamento, cujo artigo Primeiro, diz:
"Todo o inferior será severamente castigado".
É muito mais fácil recrutar os responsáveis entre as gentes que têm menos responsabilidade: são muito mais numerosos e portanto há mais por onde escolher.
O Governo espanhol admite que se trata de um "terrível e trágico" erro judicial, mas a maioria dos espanhóis consideram que o erro trágico e terrível, é permitir que a justiça esteja na situação em que está.
Enumerar os nojentos últimos episódios, que a imprensa deu relevo, transbordaria não só o meu parco espaço e tempo gasto para escrever, como o tempo disponível para os meus caríssimos leitores, lerem.
"A Justiça espanhola é uma brincadeira", disse um político espanhol que era seu costume, expressar-se com muita reserva, mas o pior: é uma ignomínia que parece idealizada para ofender as pessoas decentes.
Se Justiniano, (*), ressuscita, a esse político dá-lhe um telelé.
- Temes a justiça? Assusta-te pois a tua consciência?, diz uma personagem teatral.
- A minha não, a dos meus juízes.
Muitos mais motivos há para o temor pelo grande teatro do Mundo.
O juiz instrutor do caso Malaya, (**), acaba de impor uma fiança de um milhão de euros de fiança, ao ex assessor de urbanismo de Marbella, um tal snr. Roca, que entrou naquele departamento sem um tusto e em pouco tempo pavoneava-se com milhões e colecções de relógios.
(Não daqueles que se falam por cá, no caso Apito Dourado.
Os nossos são muito mais pequenos e perdem-se com facilidade …), cavalos de raça e automóveis de muitos cavalos e todos pura raça.
Ás vezes descuido-me e começo a pensar "naquele" anafado vermelhinho, com um bruto charuto que se candidatava, contra tudo e contra todos.
Queria experimentar os outros bancoa, para além dos da Suiça e da Bélgica
A que é que estamos a chamar Justiça, com letras maiúsculas?
Se se teme que haja "um elevado perigo de fuga".
O nosso medo colectivo é de não podermos fugir de um país onde a justiça funciona assim!
(*)
Flávio Pedro Sabácio Justiniano ou Justiniano I, (483-565), Imperador romano do Oriente.
(**)
Operação contra a corrupção urbanística, veja aqui.
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