sábado, 5 de abril de 2008
AUSTERIDADE
Buda em austeridade
Sempre andamos melhor pelo meio do trajecto, fazendo caso das opiniões dos economistas em vez dos dados económicos e da tradição dos provérbios, estribilhos, refrãos e afins.
Lograram convencer-nos que éramos ricos se adquiríssemos um andar, com magníficas vistas, em vez de um outro num desses bairros que não elegemos para passear à noite.
Quanto valerá isto no dia de amanhã, quando o subúrbio caia no concelho limítrofe?
Nós fazíamos esta pergunta.
Pois bem, o dia de amanhã chegou - certamente será domingo - e o andar, não é que valha menos, é que não vale nada porque ninguém paga nada por ele.
O mesmo "boom", está a passar-se na nossa vizinha Espanha.
Lá, como cá, estão a moderar o consumo para níveis baixíssimos e inimagináveis.
O mesmo é dizer, que estamos condenados a praticar a difícil virtude da austeridade.
Curiosamente, em ambos os países, os gráficos de evolução do consumo privado, parecem desenhos dos espeleólogos.
Por lá, o nostálgico desertor da gerência do Fundo Monetário Internacional, Rodrigo Rato, alertou de que, se a crise de liquidez se prolonga, a situação será complicada.
Do nosso lado, quando se aproxima a borrasca internacional, ouve-se falar que se vai lançar à água o "casca de noz" dos navegantes ou sobreviventes.
Temos que agradecer aos nossos "sabedores", como os espanhóis agradecerão o desinteresse do que Rodrigo Rato disse, já que ele, como os nossos governantes, não vão ter a menor complicação.
Todos, de ambos os países compartem a douta opinião, (podem não divulgá-la - para não alarmar), que a economia mundial atravessa o momento mais crítico desde 1930, quando eu ainda não tinha nascido, nem tinha havido a 2ª Grande Guerra.
Não nos adianta perguntar o que vai ser de nós: uns ver-se-ão obrigados a praticar a virtude da austeridade e outros, ver-se-ão obrigados a pronunciar brilhantes discursos, cá no Parlamento, em horários nobres, em Espanha, no Congresso, também ás horas pré-concebidas.
A diferença é que, os dos discursos, terão digestões mais pesadas.
As vacas fracas da aldeia fugiram e o açougueiro cobra muito por matá-las.
Os outros espadas, (toureiros), não têm valor para lidá-las e, mais a mais as suas bandarilhas, nem cheiram nem fedem.
Só podemos esperar que eles saltem as "barreiras".
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