
Nas antigas casas senhoriais, que eram de senhores com dinheiro e nem sempre com outra acreditação de senhorio, que não fosse o dinheiro, existiam quartos para hóspedes amigos.
As coisas, entretanto mudaram e agora o difícil é ter quartos suficientes para a família.
Os portugueses médios, que são os que vivem partidos ao meio, necessitam, agora, duma média de 30 anos para pagar o seu andar se o compram em duo, já casados, a fórmula mais comum e a que em princípio impede mais separações, pois também a hipoteca é um vínculo sagrado.
Agora os quartos para convidados são as celas das prisões.
A alternativa torpe registada na política de imigração levou-nos a alojar muitas pessoas que não se encontravam contentes nos seus países e que estão a conseguir que, nós os nativos, não nos encontremos bem no nosso.
Não falo de reprováveis atitudes xenófobas, mas sim de dados.
A gélida eloquência das cifras não se rebatem com sorrisos, nem com discursos que misturam, em idênticas proporções, açúcar, com leite condensado.
E os dados são estes, três ou quatro, de cada dez presos, são estrangeiros.
Quem pode dar-lhes de comer, de beber e de dormir ?
Fazem falta muitos ricos, para terem esse dadivoso sentido da hospitalidade.
O número de pensionistas das prisões aumenta a cada ano.
Nenhum hotel pode alardear um êxito semelhante.
Quem não tem nada, tem que procurar algo e geralmente procura-o pelos caminhos ímpios e largos da delinquência.
Está previsto, desde Jorge Manrique, (1440-1479, autor de um dos maiores clássicos da literatura espanhola), isso de que “outros, por nada terem, com trabalhos indevidos, se manterão” Que outra coisa podem fazer?
Nas prisões, come-se todos os dias e na rua é muito duvidosa essa prática .
Os nossos políticos, geralmente, são obtusos e fotogénicos, mas não preveêm o que pode vir ou entrar pelas fronteiras ...
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