


Não devíamos prosseguir perguntando à morte onde está a vitória: em muitos casos somos nós que a tornamos possível.
Há catástrofes, daquelas que chamamos naturais, já que obedecem aos absurdos desígnios da Natureza, mas há outras que somos nós próprios que as procuramos.
O azar, o destino e o carácter parece que norteiam a nossa aventura terrestre, mas sem dúvida que estão descompensados.
Quantos bons esquiadores não se frustraram por terem nascido no Sahara? Quantos grandes pugilistas não chegaram a disputar um campeonato mundial, só porque nasceram antes que o Marquês de Queensberry regulamentasse o boxe?
Nada é insignificante, dizia Schiller, que era quase como Goethe, “o princípal de todos os negócios do universo, é o local e a hora” .
A muitos, chegou a sua última hora, em consequência do sismo peruano, onde o exército tenta impedir os saques, com tanques.
A outros, chegará se o furacão Dean for pontual na sua comparência ás costas do México.
A morte dá-nos sempre voz, o que se passa é que somos duros de ouvido.
Por serem escassos os seus chamamentos, o jurisconsulto geral dos EUA, vai assumir mais poderes do que aqueles que possui, para acelerar as execuções.
Na actualidade, há, no país mais poderoso do mundo, perto de 3400 condenados à morte e o que se pretende é que tenham menos tempo para apelar, pelas suas sentenças.
A morte, que segundo um ditado turco, é “um camelo negro que se ajoelha a todas as portas”, impacienta-se muito.
Não sabe esperar até que “a nossa vida acabe e o nosso viver ordene”, como postulava o clássico; vai muita gente à nossa frente, por intermédio desses assassinatos que chamamos “ pena capital”.
Neste mês de Agosto está a obter uma boa colheita, por umas coisas ou outras.
Sabemos que ela nunca veraneia!
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