
Cada vez há mais desempregados porque a sua empresa encerra e mais gente que deixa de trabalhar porque decidiu parar.
O absentismo laboral está batendo, entre nós, todos os recordes.
Como dizia o grande Tip, quase todo o mundo gosta mais do plácido domingo que a fdp da segunda-feira.
Antigamente era o dia eleito para sofrer uma cólica ou sentir-se moralmente obrigado a levar ás urgências um parente mais velho que vive só e que sempre amou a independência, muito acima de qualquer outra coisa.
A situação chegou a tal ponto que só falta o chefe do governo dizer "que há que convencer os sindicatos de que devem deixar de proteger os vagabundos".
Quiçá não seja correcto entender o sindicalismo horizontal como o direito a permanecer na cama vários dias da semana, mas o certo é que as ausências ao trabalho duplicaram nos últimos três últimos anos, apesar de haver mais funis.

Nem sequer há que acrescentar o alto número de cidadãos, todos de primorosa sensibilidade, que têm de pedir baixa por depressão.
Já sabemos que trabalhar, cansa, disse-o Pavese (*), antes de optar pelo descanso eterno.
Os dicionários etimológicos recordam-nos que trabalhar é uma palavra que deriva do latim "tripalium", que foi ou era uma espécie de cepo ou instrumento de tortura.
Aos que não gostam de lidar com dicionários, recordo-lhes o chefe de pessoal, o capataz ou o encarregado, para não lhe lembrar o patrão.
Não será fácil superar a crise e ultrapassar a situação contando com tantos indispostos, mas há muitos companheiros que estão convencidos de que as coisas se solucionam sempre, graças aos outros.
E que não tem qualquer mérito levantar uma mala fazendo força.

Cesare Pavese, foi um poeta, escritor, novelista e tradutor italiano. Um lutador anti-fascista que nasceu em 1908 e desiludido com a vida amorosa e política suicidou-se em 1950.
.
Sem comentários:
Enviar um comentário