segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

AMIGOS E CÚMPLICES

.Até Ali Babá necessitou de colaboradores.

Como nos podemos surpreender que o prestidigitador, digo prestigioso senhor Maddof não estivesse só, para urdir a sua grandiosa trama fraudulenta?

Teve que ter muitos íntimos, ainda que nenhum conhecesse as suas intimidades, já que um líder é um líder e está condenado à solidão, ainda que depois o condene a justiça.

Por cá, parece-me que ninguém investigou, ou se o estão a fazer tão afanosamente, não se sabe a quem venderam os seus insondáveis fundos.

Também se investigam ou investigaram, (?), encerra-se o caso que é o melhor e sempre dá um final igual aos demais.

Gostava de saber se houve sólidos bancos e solventes gestores que cooperaram com a gigantesca fraude.

Parafraseando aquele jornalista, que depois dum grande acidente ferroviário, não recordo onde, confortava os leitores, fazendo-lhes saber que "afortunadamente todas as vítimas viajavam em 3ª classe",

Nesta catástrofe bursal ou da bolsa pode dizer-se que todas as vítimas iam na carruagem cama, mas trata-se de apurar quem eram os revisores.



Farão falta muitos detectives.


O "Cowboy solitário" Maddof estava acompanhadíssimo.


Está pronto para identificar os cooperadores mas até agora não há mais que suspeitos.


Como vão andar as línguas das gentes que não têm outra coisa para levar à boca?


O fundo, Fairfield Greenwich e as entidades, Optimal e Banif, do Grupo Santander, Espanha, figuram no centro da investigação, mas a investigação tem muitos arredores.


Para demonstrar o meu bom coração desejo tranquilizar a extensa banda de avarentos.


Não terão que restituir.


Assaltaram meio mundo, ou melhor, uma escassa parte do mundo.


O resto não pode ser estafado.


Já o foi de nascimento.





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