domingo, 15 de junho de 2008

A NOSSA SALVAÇÃO ( EURO2008) !!!





O presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, fez um vaticínio sombrio: os juros vão voltar a subir.

Isso fez com que, não só disparasse a Euribor, como também que nos puséssemos a pau para depositarmos as nossas esperanças noutros juros.

Quando o dinheiro corre menos, cresce o interesse pelos atletas e o desporto serve de consolo.

A menos pão, mais circo.

Que seria de nós se não surgissem ídolos?

Quando as despensas estão, ou ameaçam estar vazias e temos que transformá-las em nichos para alojar essas veneradas figuras cuja hagiografia é cuidada, pelo "A Bola", "Record" ou "O Jogo".

Estaríamos perdidos se, além da perda do poder de compra, não contássemos com gente que nos permite orgulharmo-nos.

Curamos o nosso fracasso comunitário com os seus triunfos individuais e incorporamo-los na nossa vida.

Tudo nos corre de feição e nada vai mal, é sempre um consolo ver as fintas do Cristiano Ronaldo, dos passes do Deco ou os "cortes" do Pepe.

Não me recordo de quem disse que o desporto é o departamento de brinquedos dos grandes armazéns da vida humana, mas agora dispõem-se a salvar-nos.

Todos ficamos em casa enquanto na Euribor chove praticando a detestável virtude da austeridade.

Fazem falta mais ídolos.

São necessários para delegar neles os nossos inexistentes sucessos.

Um milionário, com jornada de trabalho, de manhã e de tarde, sente-se orgulhosíssimo quando a sua equipa ganha.

Alguém que não tenha praticado mais desporto do que trepar aos bancos dos bares, relata as façanhas de Moutinho e Nuno Gomes.

Seria terrível que nos decepcionassem.

Em seus pés está o nosso ressarcimento.

É o melhor que tem o desporto: não é necessário para ser seu amante levantar-se do sofá e adoptar outra postura.




6 comentários:

Daniel disse...

José Torres

De facto, és optismista, mas se bem reparas fica apuradas boas equipas para os quartos. De qualquer no optimismo exagero, mas equaciono sempre as possibilidades de êxito.
Por uns dias, vamos ao futebol e deixemos, os que nos governam, fingir que pensam.
Daniel

Mariazita disse...

Olá José António
Nos tempos da outra senhora, diziam, distraía-se o povinho com futebol e Fátima.
Agora faz-se o quê???
Enquanto se pavoneia o patriotismo (futebolístico, é claro!) ninguém se lembra dos problemas reais do país.
Até levam para lá os chouriços e os feijões! É uma alegria.
Entretanto, quem pensa nos tantos que estão cá a passar fome, que não têm dinheiro nem para os feijões quanto mais para o chouriço???
E assim se vão enganando as multidões!
Um abraço, meu amigo.
Mariazita

Angela Ladeiro disse...

Euro 2008 ??? Se calhar nem isso...Eu até dei uma força com o olé...olé...PORTUGAL...etc. Lá pela Estónia ou Letónia, já nem me lembro!!!Quanto ao resto, afundamo-nos a todo o vapor.

xistosa, josé torres disse...

daniel

Sou mesmo optimista ...
Até camionistas, tractoristas, professores, sindicalistas, agricultores e outros "ores", já que Portugal é um país de doutORES, todos foram á bola e a vida rola, até vou acentuar, "róla", para não recordar aquela ave comestível que acompanha muito bem umas cervejolas e assim lá vamos cantando e rindo. que o "Povo é sereno".

xistosa, josé torres disse...

a casa da mariquinhas
Mariazita

Como respondi no post anterior, isto é um balão de oxigénio.
Todos estamos felizes, não há crise que atravesse um campo de futebol e ao domingo há missa.
Que mais quer o meu povo?

xistosa, josé torres disse...

Angela Ladeiro

Mas viva o futebol ... por longos e gáudios tempos ... que alimenta multidões.
É que nem se torna necessário trabalhar ... tal a dependência deste abençoado ópio.
Alguém que pague a crise.
Não é que vamos ter que pagar, `EDP, o que os devedores se excusaram de fazer ...
Há sempre dinheiro para mais algo ...
Só a cultura, educação e a saúde podem esperar!!!