Flores, da Banca do que vai de ontem para hoje, que anteontem foi uma maravilha e passado o amanhã, voltará a sê-lo.
As Bolsas aplaudem o plano de resgate, que teve um êxito sem precedentes, já que se ignoram as consequências.
Só as velhas ricas, como a Europa, ainda que vinguem menos e tenham tido de prescindir do serviço, são capazes de gastar 2,5 biliões para salvar a situação.
Depois da "sexta-feira negra" chegaram uns dias resplandecentes.
O Euronext ou Psi20 de Lisboa e o Don Jones são uma feliz parelha, já que Portugal destinará um saco fechado, supondo todos, que com milhares ou milhões em dinheiro, quero dizer euros em avales, só até ao que resta para o fim do ano ou até ao fim de 2009.
Vai depender..
Depois haverá mais festejos.
Passámos do poço mais sinistro ás cúpulas mais celestes, que segundo Rubén Dario (*), o azul celeste e não o verde é a cor da esperança.
A "couraça" da Banca representa muito próximo dos 15 % da presumível riqueza nacional.
O dinheiro virtual "corre que se pela", talvez para ocultar os seus vícios.
Agora verificamos que a isso se resumia os nossos naufrágios, o nosso desemprego e os nossos terrores do futuro.
O dinheiro, que tem uma vocação de vagabundo, fez-se sedentário.
Perguntei um dia a alguém que o tinha em grandes proporções, para que lhe servia tanto dinheiro e ele disse-me que era só para uma coisa: para não ter problemas de dinheiro.
Era um indivíduo muito mais velho do que eu e bastante doente.
Exerceu a misericordiosa obra de ensinar a quem não sabe e me explicou que ele tinha muitos problemas - temia ficar cego, perder algum filho -, mas não tinha nenhum problema de dinheiro.
Os nossos acabaram-se por uns dias.
Não o poderemos gastar ás mãos cheias, porque as teremos ocupadas a aplaudir o plano de "salvação da Banca".
A Bolsa está a salvo, de momento, que são quatro dias e dois deles chovendo.
Quase sempre em redor dos pântanos.
(*)
Ruben Dario, (1867 -1916 ) , grande poeta nicaraguense
2 comentários:
Difícil de comentar. Há aqui muita verdade!...
Ângela Ladeiro
Estamos metidos, TODOS, numa bela "alhada".
Não sei como é que vamos caminhar ... mas com a nossa economia de merceeiro, penso que há algo debaixo da mesa.
Veremos.
Certo, certo é que todos vamos pagar ...
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