Por estas datas iniciais do ano todos fazemos projectos, inclusive os que têm um grande provir ás nossas costas.
Por exemplo, este seguro e tenaz servidor de V. Exas. tem a firme intenção e convicção de continuar a fumar.
Oxalá tenha suficiente força de vontade para consegui-lo.
Influiu na minha determinação o facto de nunca querer abandonar um velho amigo por um lado e por outro, que me informei e estou ciente de que a depressão e o "stress" são as principais causas que induzem a voltar ao tabaco.
Não serão esses os meus motivos.
Assim como a muitos lhes proíbem o fumo eu tenho-me proibido, tanto a depressão como o "stress", que me causam muito mais dano.
Assim, se o meu deus quiser, ainda que eu acredito que não tenha interesse nisso e conserve o meu admirável autocontrolo que me caracteriza, as tabacarias continuarão a contar-me entre os seus melhores e mais fieis clientes, como desde há quase 50 anos.
É que fui muito precoce na iniciação ao vício.
Na opinião de Paul Valery, (*), toda uma vida deve ser uma empreitada de rectificação interior.
Creio que parte de uma ideia dos teólogos medievais, que tinham tempo para tudo: até o de "construir uma alma".
Não deixa de ser curioso que dediquemos mais tempo a modificar, (diversificar) de hábitos que a mudar de conduta.
Deveria propor-se no princípio do ano não invejar ninguém e não nos aborrecermos quando estamos sós.
A inveja e o tédio são os grandes inimigos.
Há que fazer tudo para nos rirmos.
De algo ou de alguém, incluídos os numerosos esbanjadores que não servindo para nada, decidiram servir a sociedade, dedicando-se à sublime tarefa de arbitrar a conveniência, mediante a política.
Quando se empreende por um novo caminho, nunca se sabe se vai para ser pior que o anterior Ano Novo, ou igual.
Não é igual a uma boa vida, mas sim a uma vida boa.
Na medida do possível, que por certo não sabemos qual é.
Se te agasalhares bem, não terás frio!
(*)
Ambroise-Paul-Toussaint-Jules Valéry (1871/1945), foi um misto de pensador e de poeta, de filósofo e de escritor transgressor.
Foi como um mestre da linguagem que Stéphane Mallarmé inventou. Transgressor como ele, como Edgar Allan Poe e T. S. Eliot são os outros que norteiam o ideal estético de Valéry.
Mas a "lógica imaginativa" do renascentista Leonardo da Vinci foi o que impregnou e serviu-lhe de modelo na sua consciência crítica.
(NOTA deste escriba;
HÁ MAIS DE 15 ANOS QUE DEIXEI DE FUMAR!)
Ambroise-Paul-Toussaint-Jules Valéry (1871/1945), foi um misto de pensador e de poeta, de filósofo e de escritor transgressor.
Foi como um mestre da linguagem que Stéphane Mallarmé inventou. Transgressor como ele, como Edgar Allan Poe e T. S. Eliot são os outros que norteiam o ideal estético de Valéry.
Mas a "lógica imaginativa" do renascentista Leonardo da Vinci foi o que impregnou e serviu-lhe de modelo na sua consciência crítica.
(NOTA deste escriba;
HÁ MAIS DE 15 ANOS QUE DEIXEI DE FUMAR!)
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