domingo, 20 de julho de 2008

EM ÚLTIMO LUGAR

Já dizia eu que o cardeal Martini me caía bem, por algo mais que a simpatia que me suscita o seu apelido, (Carlo Maria Martini).

Talvez a pomba se tenha equivocado ao não elegê-lo, ou talvez tenha pensado que era altura de aceitar algumas das suas teses, do jesuíta que foi reitor da Universidade gregoriana de Roma e arcebispo de Milão.

O caso é que era um possível papa, mas nunca será papa.


Também influiu nos seus eleitores o facto de que havia proposto, há uns tempos atrás, que " A Igreja deve ter o valor de reformar-se".

O caso é que este elegante cardeal havia elogiado Lutero e defendido a ordenação das mulheres.

Se lhe tivessem feito caso, tinham economizado o alvoroço que actualmente têm os católicos com os anglicanos, que pode provocar uma emocionante cisma na Igreja de Inglaterra.

Parece que a maioria dos componentes do Sínodo é partidária de que as mulheres sejam admitidas no episcopado, mas apesar disso a coisa não acaba de pegar.

Ás pessoas normais, sempre nos estranhou que as mulheres não possam dizer missa, nem absolver dos seus pecados os que levam uma exacta contabilidade deles.

Por que o pároco do bairro pode e Teresa de Calcutá, não?



Historicamente as mulheres sempre superaram os homens, entre muitas outras coisas, na sua capacidade para a indulgência, mas o anti-feminismo eclesiástico é evidente.


Mais evidente inclusive que o monárquico.


O gigantesco avanço na conquista do que sempre foi seu, detém-se ante a aceitação do bispado feminino, que está a afastar os anglicanos dos católicos.


Era o que faltava.


Os tradicionalistas da Igreja de Inglaterra podem fazer que a actualização, que sempre recomendou o cardeal Martini dure um século mais do que a conta.


A eternidade mais do que uma semana.


4 comentários:

mac disse...

Sempre me fez espécie porque que as mulheres não podem ser sacerdotes. Não são menos capazes que os homens, pelo contrário. Regra geral, são melhores ouvintes e uma maior capacidade de identificação com os problemas.
As que já são, têm o mesmo direito à carreira que os colegas masculinos.

Mariazita disse...

Querer reformar A Igreja , elogiar Lutero, defender a ordenação das mulheres e aspirar a papa… não combina!
Só podia dar nisso.
Nos tempos de antanho as mulheres presidiam aos ritos religiosos.
Mas com o recrudescimento do cristianismo a situação foi-se modificando, e agora dificilmente se voltará atrás.
Bom texto. GOSTI !
Beijinhos
Mariazita

xistosa, josé torres disse...

Mac

Al longo da evolução das espécies, sempre houve predominâncias, que masculinas quer femininas.
No caso humano, a diferenciação fez-se e nivelou-se por imposição duma das partes, a masculina.
Mas levaria muito tempo a contar.
A mulher devido à maternidade, foi sendo ultrapassada e só agora, nos tempos mais modernos é que se consegue impor.
Talvez haja razõae de ambos os lados.
E se a igreja admitisse mulheres, ganharia mais crentes ...
Creio eu ...

xistosa, josé torres disse...

a casa da mariquinhas
Mariazita

Para ser sincero, tanto me faz que pregue a Maria como o Tomás.
Nenhum me vai acrescentar nada ao que penso sobre religiões.
No entanto gosto de ler.
Cada um tem a sua razão e todos a têm diferente ...
Hoje enriqueci a minha contradição ou alguma degenerescência ao ler um artigo sobre a visita a Lisboa do teólogo do Hinduísmo, que vem da Índia dirigir o templo Radha Krishnha, (parece-me que é assim que se escreve), em Lisboa.
É a mais antiga religião do mundo, talvez mesmo anterior ao ateísmo, (isto digo eu), pois segundo o meliante, desculpe o teólogo, os Vedas, as escrituras sagradas, começaram a ser transmitidas há cerca de 50.000, (SIM, CINQUENTA MIL ANOS), talvez guturalmente ou por linguagem gestual, mas sempre em sânscrito ...
Pobres de nós ... os que sabemos fazer contas !!!