


Através dos anos e mais propriamente nos últimos tempos, acumulam-se as informações sobre episódios de corrupção urbanística ou, pelo menos, sobre a aparição de graves indícios que parecem revelar a sua existência.
Todos estes casos e outros ... deveriam ter accionado um apertado controlo, ou para aplacar os puritanos da língua e evitar o galicismo, FISCALIZAÇÃO, sem cores nem partidos.
Mas o dinheiro é um vilão. Não tem mesmo cor política!
Há uma rede inefável em extensão de suspeitas delitivas, que põem em relevo casos de especulação que aparecem ou parecem estar associados a decisões urbanísticas, que podem muito bem e a olho nu, sugerir a existência de inconfundíveis irregularidades.
A construção desenfreada quase encimada nos cursos de água ou a bordejar as ondas dos mares, a gigantesca compra de terrenos na OTA, (dada a temporalidade da sua compra, PORQUÊ e PARA QUÊ?), a construção de campos de golf, onde só se vê aridez, mas por satélite sabe-se que existem importantes lençóis freáticos e casos menos mediáticos ...
Por acréscimo, a quantidade de recursos que se manuseiam no URBANISMO é de tal amplitude que a capacidade corruptora de determinados “promotores” sem escrúpulos é assombrosa: basta ver a sombra de subornos que se ouvem por quase todas as autarquias.
Se bem examinada a natureza dos escândalos, talvez se chegue à conclusão de que, a imensa maioria dos casos de corrupção, só são possíveis, graças à autonomia autárquica em matéria de urbanismo, quase em exclusividade de competências, (muitas vezes por ignorantes em urbanismo e sem qualquer conhecimento de tal matéria), sem que as comunidades onde se inserem E QUE OS ELEGEU sejam tidas ou achadas.
Nos estados modernos, seja qual seja a sua estrutura teórica unitária ou federal, a tendência encaminha-se para aplicar o princípio da subsidiaridade muito visível na UE, que atribui a cada escalão político-admnistrativo as competências que melhor e mais eficazmente podem desempenhar.
Por tudo, deverão ser modificadas as normas ou leis, de acesso à corrupção, modificando as etapas resolutivas e decisórias do urbanismo.
Isto se queremos um crescimento harmonioso e ordenado, com recursos acomodados à procura e onde se respeitem os cânones ambientalistas, paisagistas e onde se introduza definitivamente o conceito de sustentabilidade, teremos também que envolver as autarquias num relacionamento aberto, outorgando ao Estado o papel de harmonizador.
Se não se adoptarem decisões de verdadeiro calado, teremos que carregar com o actual crescimento desbragado e desordenado de um urbanismo que altera todos os equilíbrios e, muito provavelmente ver-nos-emos constantemente constrangidos a sofrer uma corrupção que, tal como está concebido o desenvolvimento imobiliário, converteu-se num sub-produto persistente, associado à especulação dos solos e da habitação, vejam-se os casos dos náufragos, Valentim, Fátima, Isaltino e outros, que se agarram a tudo e a todos, para continuarem a senda do vício.
1 comentário:
"ESCALADA DE CORRUPÇÃO !!! (?)"
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AGRIDOCE disse...
É.
Mesmo sem se querer, mesmo tendo alma quixotesca, o desalento toma o caminho que a desilusão já abriu.
Neste Estado que parece estar só para alguns, varre um estado de desacreditação geral. Já não se sabe muito bem em quem acreditar, duvida-se mesmo que ainda haja alguns daqueles valores que o "vilão" tinha dificuldade em passar por cima há umas décadas. Digo dificuldade, que ele sempre saltou, só que parecia que saltava camuflado para ninguém ver, de mansinho para ninguém sentir, com cuidados imensos para não darem o alerta, aos poucos para não se empanturrarem tanto.
Agora, já nem vergonha existe. E até se batem palmas e fazem festas e se colocam, recolocam, nos sitios cimeiros aqueles que se presumem ser os chefes da banda ou simples músicos.
20-06-2007 22:00
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xistosa disse...
Compartilhamos todos as desmedidas orgias de desprezo que nos relegam os políticos.
Somos filhos da mesma "Pária", (não foi erro, foi ... é mesmo assim!)
20-06-2007 23:09
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