sábado, 30 de junho de 2007

PENSAR EM ÁRVORES !!!















Miguel, nome que descobri mesmo agora, creio que tem 4 anos, diz que se vai dedicar a PENSAR em árvores.

A sua mãe é professora de Biologia e o seu pai professor de Filosofia, assim ele escolheu um caminho intermédio para não ficar “de mal” com os progenitores: PENSAR em ÁRVORES.

A mim, os professores, seja qual seja a matéria que leccionam, fazem-me muita inveja sobretudo pelo calendário das férias, pois sei que ficam deprimidos e muito, por só poderem gozá-las no mês infernal e mais caro do ano.

Todos, menos os pais de Miguel, que quando amanhece, embarcam na difícil tarefa de atravessar realidades nacionais: um vai até Ponte da Barca e o outro até Baião, (caminhos cruzados no “infinito”).

Miguel, fica no Porto, a idade não lhe permite conduzir, com o firme e enraizado propósito de PENSAR em árvores, que, de momento, são também seres pouco viajantes.

Noutro dia pus-me a pensar em árvores para ver o que ocurria.

Devo ter um neurónio de lenhador e comecei a pensar em ÁRVORES DEFUNTAS e logo em AUTARCAS.

De repente lembrei-me de uns sobreiros, coisa pouca, talvez uns milhares, para construir ricos “abarracados”.
Talvez sejam substituídos por palmeiras, plantadas em vasos de vergonha.

Também pensei em mulheres que abraçam árvores, como num filme, cujo nome também foi abatido do meu “ficheiro”, mas em que se vê, Carlota Valdés, (Kim Novak), a assinalar um antiquíssimo círculo numa sequóia e a dizer: “eu nasci aqui”.

É uma cena que sempre me inquieta e me emociona.

Continuando a pensar, pensei numa alfarrobeira numa vila algarvia, porque um dia perguntei uma direcção a um habitante local e ele disse-me:

- Siga até chegar a uma grande alfarrobeira e depois vire à esquerda.

Estive uma data de tempo a admirar árvores, até que descobri a maldita alfarrobeira e que me ficou gravada na memória das minhas dores musculares.

Descobri que pensar em árvores relaxa e, o que inventou a estupidez, essa das árvores que não te deixam ver o bosque, era um vesgo ou zarolho sem imaginação.

Já decidi que quando for grande, só vou pensar em árvores!


1 comentário:

xistosa, josé torres disse...

"PENSAR EM ÁRVORES !!!"
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astuto disse...

Eu também, quando penso em árvores, lembro-me do meu país: Portucale! Não, não estou a falar só dos sobreiros, falo também do "lume" que mata a floresta!

Cumps!

26-06-2007 23:15