quarta-feira, 5 de novembro de 2008

VENDER a ALMA ....

.Depois de termos vendido a alma aritmética aos bancos, estamos a fazer o balanço.

Má coisa essa de enfrentarmo-nos com o "Deve" e "Haver" e dar conta que deve haver, mas não há.

"Desde que comecei a minha vida, não fiz mais do que perder", disse o grande poeta espanhol, Manuel Machado, (1874-1947).

As horas perdidas por greves parece-me que dispararam em relação ao ano transacto, com o consequente desgosto da entidade patronal e com o desagrado, ainda mais lógico, dos trabalhadores.

Chegámos a uma situação, à qual sem dúvida se seguirão outras que nos farão ter nostalgia da actual.

O Governo tem que procurar dinheiro debaixo das pedras, que dá menos que uma pedra.

De momento fazem-no rente ao asfalto e parece-me que aumentaram e muito, a arrecadação por multas.

Parece-me que face a este aumento, o ano de 2009 terá uma maior e melhor colheita.

Não deixa de ser curioso que aumentem as infracções dos condutores, ao mesmo tempo que diminuíram as vendas de automóveis e que foi significativa.



Parece-me que em Espanha e França, onde vigora a "Carta por pontos", as autoridades também têm tido crise de trabalho no envio de tantas sanções.


Nestes países, muitos condutores perderam os pontos todos da carta, mas parece-me que não solicitaram permutá-la por uma Carta de Racionamento.


Nós portugueses, nem pontos, nem cartas, só multas.

Incluo as pessoas melhor educadas, que estimaram sempre o péssimo gosto de falar de dinheiro e fizeram-no tema central das sua conversação.


Só os mendigos olham de esguelha o irritante assunto das finanças.


A Europa destinou mais de 300.000 milhões de euros, (sim! trezentos mil milhões de euros), para recuperar uma vintena de bancos.


Isto de socorrer os ricos está a sair muito caro, ao menos eles não têm que o pagar.


A Alemanha que é a locomotiva do avanço continental, ainda que tenha menos combustível que antes, limitou a 500.000 euros o salário dos banqueiros.


Quando eles se encolhem ou apertam, o cinto, a nós enforcam-nos.


Devemos, em vez de fazer balanço, fazer todo o possível por salvá-los.



A alma aritmética

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