quarta-feira, 2 de julho de 2008

ALI BABÁ e os 40 LADRÕES




Se os saqueadores do património nacional se tivessem reduzido a essa moderada cifra, seriamos o país mais rico do mundo.

Ali Babá criou escola e tem infinitos seguidores.

Alojam-se em escritórios e não em cavernas e sentam-se em cadeirões "esfregados e polidos pela saliva aduladora".

Não há dia que não se descubra um novo ninho de ladrões, mas temos que reconhecer que há dias mais espectaculares que outros.

A polícia, volta e meia desarticula, à beira-mar, aquelas tentaculares teias ou tramas de corrupção, cujo Artº. 1ª, de inexcusável cumprimento, é levar todo e tudo o que não é seu.

Também terra dentro se dá prodigamente a malversão ou desvios, o suborno, o branqueamento de dinheiro e o tráfico de influências, mas nos litorais pode-se afirmar, sem temermos o exagero, que por cada voraz gaivota, há um presidente ou um vereador muito mais insaciável que ela, que além disso também é um ser palmípede.

O problema de Portugal é que já não terçará armas com ninguém, nos quartos de final, nas meias finais e na final, ficando isento de se cruzar com as inumeráveis vagabundas, que se aproximavam dos quartos.

A moral e o brilhar continuam a ser os nossos principais problemas a solucionar.

Ou seja, as mesmas coisas que Simon Bolívar reclamava para o seu sonâmbulo império.

Não será Portugal, bem lá no fundo um país iberolatinoamericano?

Há coisas que custam muito admitir como contemporâneas.

A natureza humana quiçá permanece invariável, mas não os sistemas de controlo.

A ciência política não garante a decência, mas faz os possíveis para que os desavergonhados sejam detectados a tempo e excluídos da administração, antes que rebentem inchados de tanto roubar.

Mas não é isso que sucede.

Incham, mas vão passando despercebidos, sem rebentar e sem ninguém os detectar.

Depois vão dar ao mesmo.

A palavra restituição foi eliminada.

Só necessitam de ter paciência e depois de uma temporada mais recatados, ou até mesmo á sombra, voltam para o ALLGARVE ou para a COSTA do SOL, Espanhola, para desfrutar do roubado.

Nunca partem para a Suíça ou para a Bélgica, porque as leis lá são mais apertadas!

E eles querem viver á larga!