domingo, 14 de dezembro de 2008

ATÉ AMANHÃ PESSOAL !!!

. É curioso que a emissão pela televisão de um suicídio assistido, está a suscitar mais polémica que a eutanásia.

Gravar a morte de um ser humano, tão mortal como todos, impressiona-nos mais que o facto de ter de abandonar a vida, que é uma realidade, mas até agora não havia sido um “reality show”.

“Quero-te muito”.

Estas foram as últimas palavras que ouviu o atormentado professor universitário de 59 anos, Craig Ewert, antes de abandonar os seus insuportáveis e humilhantes padecimentos.

As mais belas palavras que se podem escutar em qualquer idioma, ainda que, Woody Allen diga, que as mais bonitas são: “é benigno”.

O problema da eleição da maneira de despedir-se está rodeado de interferências e de hipocrisias.

Gentes oficialmente piedosas estimam preferível que alguém continue a sofrer, sem a menor esperança, até à sua inevitável extinção e aconselham o martírio.

Reprovam que se exerça essa disponibilidade última que consiste em escolher o adeus.




“Assim como necessitamos de alguém que nos ajude a nascer, precisamos de alguém que nos ajude a morrer”, disse Arthur Koestler, que predicou com o exemplo.


Ninguém ignora que é algo de difícil legislação.


Não é o mesmo, “encher o saco” com o avô, que tosse muito porque não deixa de fumar e tem a cabeça perdida, que permitir que alguém acelere os trâmites se sofre de dores horríveis e o pede aos gritos, com a escassa voz que lhe resta, quando não tem salvação possível.


Creio que a aceitação social da eutanásia, que já está a ser anterior à sua aceitação oficial, tem os anos contados.


Incluso na nações onde mais lentamente decorre o tempo e mais duram os feiticeiros de vária índole que mantêm ligação directa com o “criador”.


O documentário, “Direito a morrer!?”, transmitido pelo canal Sky Real Lives, pode fazer-nos meditar e compreender.




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2 comentários:

mundo azul disse...

Sim!
Às pessoas, devia ser dado o direito de não aceitarem a parafernália que a conserva
(viva?!)
Se não há mais chances de recuperação, por que não deixar que morram com serenidade?

É um assunto muito polêmico, mas, eu tenho cá meu modo de pensar...

Beijos de luz, o meu carinho e desejo que você esteja MUITO BEM!


Daqui para aí, um raio de sol para iluminar o coração e a mente...

Vivian disse...

...espiritualista que sou,
não poderia concordar com o
abreviamento da vida, que
não nos pertence, e sim ao
Homem lá de cima.

se faz necessário não
esquecermos que há tempo
para nascer, e
tempo para morrer...

e este tempo não nos pertence.

bjus neste coração aí...

muahhhhh