domingo, 9 de novembro de 2008

RECESSÃO

.Amanhã falaremos todos de outra coisa, ou seja, da mesma: da cor do novo imperador do definhado barracão planetário, mas de momento, continuamos ocupados pelas coisas da casa.

Os expeditos prevêem que o retrocesso da economia portuguesa é inquestionável, mas põem em questão que vamos tardar em sair dela.

Os mais importantes serviços de estudos já demonstraram que são inúteis, mas como têm de viver de alguma coisa, continuam a estudar.

O que se passará se a taxa de desemprego ultrapassar os 8 %?

As digestões influenciam notoriamente no carácter e quando não se come com a devida assiduidade, variam as condutas.

Um velho escritor e dramaturgo espanhol, Enrique Jardiel Poncela, dizia que os ladrões são gente honrada.

Mais a mais são astutos.

Para corroborar a sua tese, em princípio espalhafatosa, está a começar-se por roubar nos supermercados, em vez dos bancos.

Sabem que nos supermercados continua a existir comida e nos bancos não resta um sacana de um euro.



O que mais preocupa é a duração da crise e já se fazem prognósticos sobre o tempo que necessitará o PIB para meter marcha atrás adequada, tendo em conta que o condutor tem carta de condução, mas o carro não tem motor.

Os que sabem de economia, ao ponto de acreditarem que é uma ciência, distinguem-se dos que não sabemos nada, em que acreditamos que é uma maldição intermitente.

Os primeiros avisam e os segundos sofremo-la.

Agora advertem-nos de que a recessão chegará até 2010.

Pela manhã ou pela tarde?

Como sabê-lo com essa precisão?

Parece-se com aquele guerreiro que depois de ataviar-se para o combate, despediu-se da sua mulher:

- Adeus querida, vou para a guerra dos trinta anos.

O único que sabemos é que nesta haverá muitos mortos.

De fome!





.

Sem comentários: