domingo, 24 de agosto de 2008

UM TUBARÃO NA PISCINA

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Para os miúdos das gerações próximas da minha, nada nadará mais e melhor que Johny Weissmüller, mais conhecido por Tarzan.

Somou cinco medalhas de ouro e uma de bronze, nos Jogos Olímpicos de 1924 e 1928, (Olimpíadas de Paris e depois Amesterdão) e converteu-se num herói dos Estados Unidos, apesar de ter nascido no desbaratado Império Austro-Húngaro.

Não só corria atrás de medalhas como diante dos crocodilos.

Morreu em 1984, completamente louco, dando gritos selváticos, num desses sanatórios psiquiátricos, onde nunca ninguém se conseguiu curar de nada.

Penso neste ídolo da minha infância, (havia tão poucos), porque agora, com sorte, chegará o penúltimo dos 200 metros livres e o último dos 4x100 metros.

Michael Phelps é inumano.

Antes de homologar-lhe as suas marcas, deveriam convocar um conclave de dentistas que garantissem que não se trata de um tubarão disfarçado.

Teremos que esperar pelo fim do Jogos, para contar as suas medalhas.

Vai conseguir que esqueçamos Mark Spitz, que era mais simpático e isso é a parte má das Olimpíadas: faz depor ídolos.

Uns são substituídos por outros e passam rapidamente à história, que tem muitas páginas.

Se não se afogar, Michael Phelps está destinado a converter-se no rei das piscinas, uma espécie de Neptuno rectangular de 5 velocidades.

O ser humano sempre procurou os seus limites.

Tem a curiosidade de querer saber até onde pode ir mais além das suas possibilidades.

Suspeita que foi desenhado com uma certa precipitação, ainda que lhe tenham feito crer que o seu inventor o fez á sua imagem e semelhança, se bem que com um sortido variadíssimo.

Não sei se a curiosidade em conhecer os nossos limites nos salva, mas ao menos entretém-nos.

De momento encontrámos o super-peixe.



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