domingo, 27 de julho de 2008









A policia francesa encontrou substâncias dopantes no quarto do ciclista espanhol, Moisés Dueñas, mas antes foi necessário registá-la.

O jovem, tinha um controlo positivo por EPO na 4ª etapa da Volta à França e parece que a inspecção domiciliária, durou uma hora.

Bastou essa curta etapa para que Moisés, em vez de atravessar o Mar Vermelho, naufragasse nos revoltos mares da justiça: pode apanhar até 5 anos de prisão e já levou com uma multa de 75.000 euros.

Para se ter um exacto conhecimento do rigor da lei, precisa-se de protagonistas humildes.

Talvez se deva perguntar com sinceridade a que é que chamamos "doping".

Se entendemos como droga tudo o que altera a nossa natureza, temos que incluir a aspirina e o amor.

Quantas vezes dissemos, ao cair da tarde, ou mesmo a qualquer outra hora, que "faz-me falta uma bebida"?

Para combater um abatimento de ânimo ou para bater um recorde, pode ser necessário que entre no nosso corpo algum produto.

As anfetaminas podem suprir o misticismo e este pode ser confundido com o gin tónico e, se dermos um passo mais, com o Martini.

Foi um drogado Balsac, que escreveu a Comédia Humana, graças a tomar 40 cafés por dia?

Ajudou Allan Poe, o álcool, para inventar a novela policial, "O Fantasma da Rua Morgue", com a bebedeira memorável que apanhou?

Na minha vida, já soube de grandes ciclistas, como Gimondi, que venceu a volta à França, duas voltas a Itália e a volta à Espanha, talvez há uns 40 anos.

Já levava droga, mas então chamavam-lhe "bombas".

Os ciclistas deitavam espuma pela boca.

O recorde que se conseguiu agora é o da hipocrisia.

A química influi com a constituição física, mas é cruel ter 5 anos na prisão, um jovem, ao qual lhe deram umas pastilhas para ganhar uma etapa.

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