domingo, 13 de julho de 2008

ALTERAR COSTUMES


Como todo o mundo sabe, desde que foi divulgado por aquele observador moralista inglês, que se começa por matar e roubar e acaba-se, não assistindo aos ofícios dominicais.

Isso que chamam usos e costumes, impõem-se em todas as sociedades e tardam tanto a variar como as montanhas em decidir-se pela modificação dos seus perfis, para desconcerto dos topógrafos.

A variação está ao gosto do freguês.

É o melhor subterfúgio dos nossos melhores adúlteros e gosta de fazer-se extensiva a muitos outros aspectos da vida.

Os espanhóis, neste momento estão empenhados em eliminar a gravata e os crucifixos.

A Nova lei da Liberdade Religiosa, parece-me que não irá encontrar demasiados partidários, nem no Corte Inglês nem no Vaticano.

O 37º Congresso Socialista, abordou a desaparição de símbolos e liturgias religiosas nos espaços públicos e nos actos oficiais.

A verdade é que abundam em excesso, lá, como cá, apesar de terem experimentado uma certa diminuição.

Nas escolas de outras épocas, (a minha, por exemplo), tínhamos que rezar o rosário todos os dias e todos ao mesmo tempo, se bem que o primeiro mistério - havia muitos mais - era necessário fazê-lo de joelhos.

Esta sobrecarga penitencial afastou muita gente do acto religioso que é sem dúvida, duma dimensão da alma humana.

Quantos funerais, incluindo os dedicados a desconhecidos, teve de tragar uma pessoa com a minha idade antes de se ver obrigado a assistir pessoalmente ao seu?

Por Espanha, não sei se será oportuno procurar novos conflitos e confrontações neste momento de crise.

Galbraith, (*), atreveu-se a corrigir Aristóteles e disse que a política não é a arte do possível, mas sim a arte de escolher entre o desastroso e o insuportável.

Caso seja mais sensato, em vez de empurrar algumas pessoas para que abandonem certos costumes, aguarde-se que sejam os costumes a abandoná-las.


(*)
John Kenneth Galbraith, (1908, Canadá/ 2006, EUA), foi professor, diplomata e um dos mais respeitados economistas, seguidor das ideias de John Maynard Keynes, (considerado um dos mais importantes economistas de toda a história)

5 comentários:

Joice Worm disse...

Ainda hoje voltarei aqui para ler e comentar este post. Fique em paz. Um bj da Joice.

Angela Ladeiro disse...

Neste período ando pouco activa por estas bandas. logo que possa virei ler com mais atenção! Mandei o neto para os Estados Unidos e só penso nele!!! faz-me falta... Só ligo o computador para estar á espera no Skipe...Um abraçote

xistosa, josé torres disse...

Ângela Ladeiro

É tempo de Verão e a vontade de trabalhar, esvai-se com o calor.
Como o local onde "trabalho", ou finjo, é fresco. Vou-me entretendo.
Também uso o Skype para falar com o m/filho.
Não se esqueça que o Gtalk, também dá, para falar e enviar ficheiros e até fotos, se tiver o Gmail.
É das poucas coisas que sei fazer no computador ...

xistosa, josé torres disse...

Joice Worm

Obrigada pela visita.

Angela Ladeiro disse...

Hoje passei por aqui...e o meu amigo está a trabalhar muito!!! Quantas coisas vou aprender...logo que ganhe coragem para estar aqui uns bons minutos. É que o que leio, gosto de mastigar de vagar... A memória é que já não fixa tudo, mas fica a ideia.Um abraço