sábado, 28 de junho de 2008

- O amor a dois, é a melhor música no dueto da partitura da vida ! (xistosa - josé torres)

MARÉ NEGRA



O fantasma que percorre o mundo vai de luto: é o petróleo e o mesmo, aparece em Jacarta como no fornecedor ou na bomba mais perto do nosso domicílio.

A ele atribuem-se-lhes todos os males, como se antes que se tenha descoberto a circulação do sangue da nossa época esses males não existissem.

No próximo domingo, arranca em Madrid o Congresso Mundial do Petróleo, para agarrar esse fantasma.

De momento o barril cotiza-se acima dos 140 dólares, o que demonstra que não deu resultado a invasão do Iraque.

Muita gente morreu inutilmente e por isso teme-se que se projectam outras guerras onde se recrutem heróis mais práticos.

A OPEP adjudica a crise financeira aos EUA.

A carestia dos combustíveis e, logicamente a subida dos alimentos, que tem interesses nómadas e deixa-os com um espinho da viagem, estão determinados por essa catastrófica subida de preços.

Por aqui não nos avisaram com tempo suficiente.

O governo preferiu morrer negando.

Para quê adiantar más notícias?

Em Espanha, cujas promessas eleitorais era a de devolver 400 euros aos contribuintes, para além dos reembolsos normais, reconhecem agora que é inútil a devolução para tentar parar a crise e que teriam tomado outras medidas se soubessem ou tivessem tido conhecimento dos actuais dados.

Parece-me que ninguém duvida da boa vontade dos políticos, mas todos os espanhóis começam a duvidar que os "experts" em economia não conhecem os dados até que alguém lhos bata à máquina com duas cópias.

Todos os espanhóis conheceram o problema ao mesmo tempo que o segundo vice-presidente, (Pedro Solbes), que deveria ter sido o primeiro a inteirar-se.

Agora, na posse de novos dados, está a meditar se em vez de devolver os 400 euros não seria melhor oferecer a cada um dos seus compatriotas um cantil de petróleo.

Ou uma botija de gás.

Felizmente por cá, não temos esse problema de consciências, nem os nossos ministros, nem os concidadãos.

É só aumentar o preço ... a medida mais simples e unicelular.




quarta-feira, 25 de junho de 2008

- Se dizes a verdade, não necessitas de te lembrar de nada ! (Samuel Langhorne Clemens, mais conhecido pelo seu pseudónimo, MARK TWAIN, 1835/1910, foi um famoso escritor, humorista e romancista dos EUA. Foi ainda aprendiz de tipógrafo, piloto no Mississípi, garimpeiro na corrida ao ouro, jornalista globetrotter, antes de ser escritor a tempo inteiro).

VENDAS da CONSCIÊNCIA




O Governo é capaz de resolver qualquer coisa com a condição de que não seja conflituosa.

A sua especialidade é solucionar os problemas que não existem e a nossa esperança cidadã, baseia-se em que tão-pouco tenham um especial interesse em criá-los, para que não tenham que arrumá-los.

Os piquetes dos camionistas nas estradas já se vinham a adivinhar, desde que o prémio Nobel da Economia, Stiglitz, lançou um grito de alarme petrolífero e nos recordou que quando começou a Guerra do Iraque, o barril de petróleo custava 25 dólares e agora já superou os 135.

O que se passa é que fazemos menos caso ás premonições de um Prémio Nobel da Economia que aos burros dos nossos políticos, que estão mais crudos, nesta matéria, que o petróleo.

A arte de vender consiste em transladar algo dum sítio onde abunda, para um sítio onde escasseia.

Só requer que o comprador tenha algum dinheiro e o que vende seja dono de algo.

Agora não se vendem andares, que era uma excepção a esta regra que estava em uso desde o tempo dos fenícios e aos andares, não é necessário transportá-los.

Em todas as ruas há letreiros onde pode ler-se, "Vende-se", mas não há procura.

Do que há procura, neste momento, é de gasolina e gasóleo baratos, mas tão-pouco adianta, porque não os há.

Começamos a açambarcar,

Sabe-se que ninguém, além de não se ligar patavina ás declarações dos cientistas, não leu a Bíblia, ou na Bíblia:
"Quem esconde o trigo será maldito nos povoados, mas a benção sobre a cabeça dos que o vendem". (O provérbio não exclui os que lhe aumentam o preço).

Má época para vender seja o que for, se não forem armas.

Os governos investem 150 vezes mais em armas que em matar a fome.

Nós os portugueses que somos tão pacifistas, aumentámos muito a produção do armamento que exportamos.

Parece-me que a Colômbia, Venezuela e Marrocos, entre outros, estão entre os nossos "distintos" clientes.



terça-feira, 24 de junho de 2008

ASSIM NÃO ...



Não consigo postar, nem responder aos meus visitantes ...


A Blogger, não me permite fazê-lo há uma data de horas.


Como é noite de S. João, quero que me desculpem ... Vou-me ...


Mas não conseguir ir "pela linha da internete", para barafustar, é frustrante!!!

sábado, 21 de junho de 2008

- Amar uma pessoa significa querer envelhecer com ela ! (Albert Camus)

65 HORAS ! QUAL A SOLUÇÃO




Visto a frio, imparcialmente, como aconselhava, César Vallejo, (*), o humilde mestiço peruano com "voz de menino castigado", temos que reconhecer que levantar uma mala sem fazer esforço, não tem mérito nenhum.

Por isso, pus-me a pensar se haverá um frontal repúdio, por parte do Governo, (coloquei letra gorda, para ficarem mais inchados), Sindicatos, (idem, no que se refere ao Governo) e Partidos Políticos, (bi-idem, não existe?. Então idem, idem, aspas, aspas !), à jornada de trabalho de 65 horas.

Naturalmente que, trabalhando mais, podem superar-se, as mais difíceis situações, bem como outras quaisquer.

Nós, portugueses, temos recebido ofertas mais sugestivas que estas e temos sabido rechaçá-las.

A directiva do tempo de trabalho aprovada no Luxemburgo, pelo Conselho de Emprego, Política Social, Saúde e Consumidores, (será isto ???), que permite, tanto aos estados membros, como ás nações "membras", alargar a jornada de trabalho, não teve o menor acolhimento ou êxito.

Os nossos árduos e múltiplos problemas têm que ser solucionados de outra maneira, se não queremos fincar o pé, mas temos que descartar a hipótese de fincar o ombro.

Estamos obrigados a procurar qualquer outra solução menos incomodativa.

Além disso, é mentira que os trabalhadores portugueses, trabalhem pouco.

Isso seria antes, quando o trabalho abundava, mas de nenhum modo é certo agora, quando escasseia.

A intenção de modificação, talvez derivado do futebol, tem sido esquecida pela UGT e CGTP, sendo que é uma "regressão na protecção dos trabalhadores" e do "maior ataque" ao direito laboral europeu, desde que existe a U.E., (será isto que vão dizer?).

Foi mau o momento escolhido para introduzir modificações.

Li que aquele político tão sensato, Jordi Pujol, presidente da " Generalitat de Catalunya", que lamento não ter nascido no Porto, por exemplo, vaticina para a Europa um "Maio francês", ou seja um estouro misteriosamente unânime do larvar descontentamento da colectividade.

"Depois das rochas está a praia".

Agora, debaixo das rochas estão os subsecretários.

Por ordem hierárquica.


(*)
CESAR VALLEJO, (1892-1938),poeta peruano, está para o Peru, como Pablo Neruda para o Chile.


quinta-feira, 19 de junho de 2008

- Toda a decisão acertada é proveniente da experiência.
E toda a experiência é proveniente de uma decisão não acertada !
(xistosa - josé torres)

quarta-feira, 18 de junho de 2008

GREVES e DESACATOS …


Polícia com o dicionário ...






Mal ou bem, todas as greves acabam por solucionar-se.

Só pergunto é por que isso não sucede antes da sua declaração e assim evitar-se-iam muitos danos, muitos prejuízos, algum morto e uma certa quantidade de desmandos.

Quando alguém vai mal nos negócios é quando mais se adverte para a necessidade de bons negociadores capazes de chegar a acordos sensatos, que como todo o mundo sabe, são os que deixam descontentes ambas as partes, mas em partes iguais.

Todavia não se logrou essa divina proporção.

Os organizadores da barulheira no Guia Michelin, nem aceitaram, nem rejeitaram as propostas dos altos dignatários e há outros a estimularem a atravessar os seus camiões em todas as estradas, que bem vistas as coisas, até contribuiria para diminuir o número de acidentes por excesso de velocidade.

Por outro lado, o governo anuncia que a partir de agora se dispõe a passar da "eficácia zero" à "tolerância zero".

Supõe uma mudança muito brusca, viver com dificuldades mínimas e com as máximas dívidas, ao enfrentar-se com a realidade.

Estávamos atarefados a discutir imbecilidades, como algumas do acordo ortográfico, quando demos conta de que não podemos fazer cada um o que lhe dá na real gana.

Talvez não esteja longe o dia em que choraremos os tempos recentes que acreditámos serem maus.

Outros estão a chegar que os farão bons.

Pode ser que nos ocorra, noutra escala, supostamente, que os presos de Guantánamo, já podem recorrer da sua detenção.

Não é que se lhes abra a porta do cárcere, mas ao menos vão mudar-lhes as marcas dos ferrolhos.

O que deveria investigar agora a nossa secreta é se os convocantes das greves instigaram à violência ou melhor, se propuseram aos camionistas um bom comportamento.



domingo, 15 de junho de 2008

- O maior problema de resistir a uma tentação é que podemos não ter uma segunda hipótese ! (xistosa - josé torres)

A NOSSA SALVAÇÃO ( EURO2008) !!!





O presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, fez um vaticínio sombrio: os juros vão voltar a subir.

Isso fez com que, não só disparasse a Euribor, como também que nos puséssemos a pau para depositarmos as nossas esperanças noutros juros.

Quando o dinheiro corre menos, cresce o interesse pelos atletas e o desporto serve de consolo.

A menos pão, mais circo.

Que seria de nós se não surgissem ídolos?

Quando as despensas estão, ou ameaçam estar vazias e temos que transformá-las em nichos para alojar essas veneradas figuras cuja hagiografia é cuidada, pelo "A Bola", "Record" ou "O Jogo".

Estaríamos perdidos se, além da perda do poder de compra, não contássemos com gente que nos permite orgulharmo-nos.

Curamos o nosso fracasso comunitário com os seus triunfos individuais e incorporamo-los na nossa vida.

Tudo nos corre de feição e nada vai mal, é sempre um consolo ver as fintas do Cristiano Ronaldo, dos passes do Deco ou os "cortes" do Pepe.

Não me recordo de quem disse que o desporto é o departamento de brinquedos dos grandes armazéns da vida humana, mas agora dispõem-se a salvar-nos.

Todos ficamos em casa enquanto na Euribor chove praticando a detestável virtude da austeridade.

Fazem falta mais ídolos.

São necessários para delegar neles os nossos inexistentes sucessos.

Um milionário, com jornada de trabalho, de manhã e de tarde, sente-se orgulhosíssimo quando a sua equipa ganha.

Alguém que não tenha praticado mais desporto do que trepar aos bancos dos bares, relata as façanhas de Moutinho e Nuno Gomes.

Seria terrível que nos decepcionassem.

Em seus pés está o nosso ressarcimento.

É o melhor que tem o desporto: não é necessário para ser seu amante levantar-se do sofá e adoptar outra postura.




sexta-feira, 13 de junho de 2008


- É fácil apagar as pegadas; até o mar o faz tranquilamente.
Difícil, é caminhar sem pisar o chão !
(xistosa - josé torres)

A PORCA da POLÍTICA




Todo o mundo sabe que os políticos, quando não têm outra coisa para fazer, fazem declarações.

Falam pelos cotovelos, em vez de fincá-los.

São tantos os dislates que me perco a saber quem os pronunciou.

Se o Presidente da República, se aquele toxicodependente que arruma os carros perto de S. Bento.

Pedem paciência aos portugueses ante a aceleração dos preços, que casualmente coincide com a desaceleração da economia nacional.

Os seus rogos também coincidem com a movimentação dos camionistas, que ameaçam com uma greve que paralise tudo. "menos talante e solução para o carburante", poderia ser um dos temas para os seus placares.

Em épocas de revolta abundam os emparelhados mais ou menos horríveis.

Reconhece-se que são maus tempos para a poesia lírica.

Ocorre por todo o lado.

Também Hillary Clinton fez declarações.

Curiosamente são de amor ao seu ex rival, Obama.

Pede o voto para o candidato de pele mais escura que jamais tinha aspirado a ser inquilino da Casa Branca e adoptou o lema: "Sim, podemos".

Nem todas as palavras que se pronunciam num comício as leva o vento.

Tão-pouco as que se dizem numa conferência de imprensa ou nas entrevistas.

Li que o alcaide de Madrid, Alberto Ruiz-Gallardón, fez uma profecia digna das mais acreditadas sibilas, aquelas sábias mulheres gregas a quem se atribuem qualidades proféticas e que, para não ficarem mal, jamais se comprometem com os seus vaticínios.

" O candidato do PP será, quem em 2012, for o seu líder natural", disse o alcaide.

Mais valente foi Fraga, que declarou que Gallardón seria "o melhor representante do centro reformista".

Adivinhações de pessoas entendidas que irei consultar sobre o seu vizinho, quero dizer, nós.

Fraga Iribarne, com a idade que tem, (nasceu em 1922), aspira a um epitáfio como o dos patrícios romanos: "Mereceu a sua pátria" .

Por cá temos uma coisa parecida, que continua acreditando que ele é o melhor para Portugal e que é um exemplo de continuidade e de esforço.

Nem os anos o tornam mais pragmático, depois das ruinosas compras que fez, de armas e afins.

Excluir esta direita teimosa, ruinosa e selvagem é um dever dum bom português.



quarta-feira, 11 de junho de 2008

- A ignorância do bem é a causa do mal ! (Demócrito, filósofo grego, séc. V a.C.)

A PRÓXIMA SEMANA







Não deixa de ser confortadora a disposição de ânimo do Governo de José Sócrates, que está disposto a afrontar, quiçá a semana mais difícil desde a sua chegada ao poder e dar-se conta de que não pode solucionar as coisas, só com sorrisos e promessas.

Agora deve reconhecer que o espera uma semana negra, que para nossa desgraça, pode durar vários semestres.

Tudo se desencadeou rapidamente, menos o terrorismo que vai indo e seguindo o seu caminho.

As greves dos camionistas e pescadores e a paragem da frota de pesca, podem mudar radicalmente o nosso regime alimentar, mas isso só ocorrerá se entretanto tenhamos algo para comer.

Não teria graça nenhuma que a minha vida fosse uma capicua.

Nasci depois dos bombardeios e os meus pais estiveram em todas as filas.

Pelo que me contaram não perderam uma: a do pão, que era de milho, a de comida, que era de grude e a do tabaco que era de picar.

Agora começam-se a ver filas e o pior delas é que há muita gente pedindo a vez, mas parece-me que não têm comparação com as de antanho.

Essas sim, eram filas.

Fileiras monacais de esfomeados que levavam como companhia a sua caderneta de racionamento.

Um livro ajuda sempre a triunfar.

Creio que talvez tenha herdado daí a minha afeição pela leitura.

A calçada ou o passeio foram a minha biblioteca e a da minha geração, já que líamos cuidadosamente as folhas de jornais que embrulhavam os jornais para os vendedores, para não nos equivocarmos e ficávamos a jejuar até ao outro dia, que por certo era o dia seguinte.

Que ninguém me diga que não se pode exagerar.

Se há que exagerar.

Não se pode desabastecer as gasolineiras e os supermercados.

Não se pode abusar dos camionistas e dos pescadores.

Não se pode permanecer de braços cruzados nem sequer para pedir perdão pelo mal que se está a fazer.

A crise estava-se mesmo a ver que vinha.

E fizeram-na não só os cegos, como os surdos.

Mas vamos ser todos a pagá-la!!!




terça-feira, 10 de junho de 2008

- Abençoados os corações flexíveis, pois nunca serão partidos ! (Albert Camus, 1913-1960, escritor francês, nascido na Argélia. Camus é, com Sartre, o escritor mais representativo do existencialismo francês)

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ESTAREMOS NÓS, EM PLENA SAÚDE MENTAL ???




A justiça em Portugal sofre transtornos de todos os géneros, mas os mais graves são os mentais.

Os que fizeram a muito respeitável carreira de juízes e quem cursou a desapiedada carreira de político, ou a desavinda cátedra de advocacia, têm-se desencontrado nas carreiras ou estradas da vida e querem, ambos, (não pode ser ambos, porque são três, mas vamos supor que uns são, cegos, surdos e mudos, como os outros, mas não ligamos), que se explique o inexplicável.

Faz falta haver um dialéctico excepcional para justificar, se se chega tarde a casa, com uma mancha de carmim nos "shorts", mas não requer menor atitude convencer todos de que é normal, falar alto, do alto de um alto cargo, ainda que se tenha como assessores, quem se está marimbando para tudo.

O que podemos pensar da Justiça com maiúscula?

Há perguntas de muito difícil resposta e outras perante as quais que o melhor é ficar em silêncio, incluso quando o interrogado é um inocente.

Um alta madrugada em Valparaiso, (Santiago do Chile), depois de "conversarmos uma garrafa", eu e Pablo Neruda, que era tão bom bebedor como poeta, dizia-me, com aquela voz caturrante e contrita:

- "Frederico era meu irmão" e depois da pausa que ocupa um suspiro, acrescentava:

- Mataram-no!

Depois continuava.

- Miguel era meu filho!

Suspirava de novo e depois acrescentava:

- Mataram-no!

Não ousava, eu, interromper-lhe os seus silêncios.

Depois, olhando-me nos olhos fazia-me a pergunta mais difícil, que alguma vez me fizeram na minha larga vida:

- O que se pode pensar dum país que não liga á cultura e que mata os seus poetas que querem nascer?

Naturalmente, não disse nada.

Mas agora estou-me a perguntar, o que se pode pensar dum país onde a Justiça funciona assim e se trata tão mal a cultura.

Um poeta, um escritor, um ser vivo com sentimentos mais sentidos que os sentidos das editoras, está nas garras aduncas da ganância devoradora, dos empecilhos da cultura, que só vêm notas ou papel merda, digo, papel-moeda!

Neste país, qualquer fazedor de filetes, que teve a sorte, (também o engenho), de sair por aí fora ... se um dia voltar aos filetes, mesmo que sejam de chaputa, (o mais miserável dos peixes, sempre recheados de parasitas, apesar da alvidez das sua carne), serão elevados a cherne e vendidos como tal.

Depende do número de juízes chamados "progressistas", ou melhor denominados, "conservadores", mudar os pratos da balança, por loiça suja e confundir a espada enferrujada, pela colher e o garfo.

Talvez lhe junte uma faca.

Podemos pensar que há juízes que perderam o juízo.

Uma boa desculpa.



quinta-feira, 5 de junho de 2008

- Posso sobreviver dois meses com um elogio ! (Samuel Langhorne Clemens, mais conhecido por seu pseudónimo, MARK TWAIN, 1835/1910, foi um famoso escritor, humorista e romancista dos EUA. Foi ainda aprendiz de tipógrafo, piloto no Mississípi, garimpeiro na corrida ao ouro, jornalista globe-trotter antes de ser escritor a tempo inteiro).


ALTO AO PROGRESSO ! ! !








Os homens primitivos matavam-se, muito mais de perto uns dos outros.

Uma grande proporção deles morriam no empenho.

A tarefa era arriscada: tinham que lhe encontrar valor enquanto procuravam as tripas.

Por isso se inventou a funda e a flecha.

Desde então aperfeiçoou-se engenhosamente a arte de matar à distância e há pouco tempo, mais de 100 países, acordaram, em Dublin, eliminar as bombas de fragmentação, esse penúltimo produto das uvas ou vinhas da ira.

A Rússia, os EUA, a China e Israel, não participaram nas negociações do tratado, talvez pensando que seria um mau negócio para eles.

Ás nações, ocorre-lhes o mesmo que a esses criminosos das novelas policiais, quem tem uma arma, acaba por usá-la.

Seria a primeira vez na tenebrosa história da humanidade que um país renunciaria a empregar um mecanismo de destruição, mas em muitas ocasiões firmaram-se acordos.

Sem dúvida que há momentos em que os seus lideres pensam isso de "já chegámos até aqui".

A Convenção de Dublin, comprometeu os acordantes a que "nunca, sob nenhuma circunstância se empreguem armas com submunições".

Não é que as carregue o diabo, são os homens que as carregam.

Também impede que as conservem ou as transfiram.

Há que deter o avanço do progresso da arte de matar.

Em qualquer lugar alguém pode apertar um botão e acabar com o invento atribuído ao SUMO FAZEDOR, já que na actualidade é possível fazê-lo sem dificuldades.

Bertrand Russell, que encontrou um interlocutor adequado em Einstein, trocou correspondência com ele, comentando a possibilidade da desaparição deste planeta situado nos arrabaldes de uma das milhares de galáxias.

Isso não era possível antes.

À pedrada, com lanças ou à fisgada, podiam aborrecer-se os combatentes.

Agora sim.

É claro que quando se pisa um formigueiro, há sempre algumas sobreviventes!




domingo, 1 de junho de 2008

- Se o homem falhar em conciliar a justiça e a liberdade, então falha em tudo ! ( Albert Camus, 1913-1960, escritor francês, nascido na Argélia. Camus é, com Sartre, o escritor mais representativo do existencialismo francês)

CERTIFICADO de QUALIDADE










John McCain, candidato republicano à presidência dos Estados Unidos, é mais velho que Manuela Moura Guedes, na suposição de que não se trate da mesma pessoa.

Isso todo o mundo o sabe, inclusive os seus votantes e não necessita de divulgação.

O que não é licito é aproveitar-se dos seus íntimos calendários.

Quando Avellaneda, (*), acusou Cervantes de velho, este contesta-o, que nas suas mãos não estava o poder de "deter o tempo".

Se bem se olha, chamar a alguém velho com a intenção de insulto, só está ao alcance de alguns cretinos um pouco mais jovens.

Para defender-se desse tipo de ataques cronológicos, McCain difundiu o seu relatório médico.

Um erro e crasso.

Pode-se ter um bom estado físico, quando se submete a ele, mas já ser totalmente diferente no dia seguinte.

Todos conhecemos "carcaças velhas" que asseguram que estão como nunca.

Querem dizer que estão como sempre, sãos como um pêro, o que é mentira.

Ainda que façam "footing" e adquiram um fato de treino de cores berrantes, numa certa idade, há uma coisa que adquiriram com a certeza idosa: que "aqui" não se vem para sempre.

Ainda que a alguns privilegiados não os afecte essa crise da esperança que a velhice subentende, fazer planos a longa distância demonstra um optimismo só comparável aos que fazem as palavras cruzadas com tinta.

A figura do idoso, ou velho, sempre foi respeitada em todas as civilizações merecedoras deste nome, mas sabendo que esse respeito ia durar pouco tempo.

O caminho para a Casa Branca exige umas grandes condições atléticas e aos veteranos pode-lhes faltar fôlego.

Inclusivamente alguns maduros, sem chegar a podres, chegam exaustos à meta.

Deixaram todas as suas forças na corrida.

McCain tem uma saúde de ferro, mas a fadiga dos metais existe.

Está como um carvalho, mas as árvores também morrem de pé.


(*)
Alonso Fernández de Avellaneda, pseudónimo do autor duma obra apócrifa de D. Quixote, (o segundo volume que ia ser publicado).
Em 1614, Alonso Fernández de Avellaneda publicava por sua conta e ousadia o falso segundo volume de D. Quixote, admitindo já na abertura o plágio, assegurando, entretanto que o seu era "menos fanfarronesco e agressivo que o escrito por Miguel de Cervantes Saavedra na sua primeira parte, e mais humilde que o anterior nas suas novelas, mais satíricas que exemplares, conquanto não pouco engenhosas"